domingo, 30 de janeiro de 2011

O trabalho emagrece o Homem

Um dia você acorda, olha no espelho e percebe que algo não lhe faz feliz. Percebe que a situação não lhe agrade e que precisa parar de reclamar e se esconder. Percebe que precisa fazer algo para mudar!
O roteiro parece que está tratando de emagrecer, certo? Mas na verdade, estou falando sobre a troca de emprego. O que é coerente, afinal os dois assuntos são mesmo parecidos.
Em 2009, após ter emagrecido 50kg, vi que outra área na minha vida estava estacionada na zona de conforto. O profissional Everton estava acomodado em uma empresa porque, apesar de não ter mais como crescer, não sofria riscos. Apesar de ter detahes que não concordava, tinha certos privilégios pelo tempo de casa. Apesar de não ser totalmente feliz, tinha medo de ser mais infeliz fora dali, podendo não fazer novos amigos, não se habituar ao novo ambiente ou ainda ser demitido e ficar desempregado (olha a ansiedade aí!).
Porém, a experiência de emagrecer me ensinou que a zona de conforto não é uma posição satisfatória de se estar. Que as infelicidades podem ser mudadas se tomamos uma atitude.
Seja no emprego que não apresenta perspectivas para mim. Seja no relacionamento que não é saudável. Seja na condição que me incomoda ou em qualquer outra situação preciso aprender a assumir riscos e agir!

Livros

Hoje fui a uma livraria ver se encontrava um livro sugerido pela minha amiga, nutricionista e fada-madrinha Rute: “Aceitar o que existe”. Não encontrei, mas aproveitando que estava por lá, fui dar uma olhada na sessão de Psicologia e Neurologia.
Encontrei 2 títulos bem interessantes:
- Autoestima, como está a sua?, dos autores Matthew Mckay e Patrick Fanning, publicado pela Editora Vida E Consciência
Pode ser que você encontre este título nas estantes de autoajuda, mas lendo o 1º capítulo, logo percebe que a abordagem da terapia cognitiva comportamental fala mais alto.
Eu particularmente, acho bem interessante lidar com a autoestima, afinal a obesidade influencia muito neste ponto, da mesma forma que pode ser influenciada pela baixa autoestima. A nossa auto-crítica é perigosa e pode sabotar muitas conquistas. E, como acabei de ler, “cada pensamento, por mais doloroso que seja, existe porque é recompensado de alguma maneira”.
Conforme eu for evoluindo, compartilho aqui com vocês.
A imagem da capa é sensacional! Aquela sensação de que a pessoa é sempre menor, diz muito bem sobre a baixa autoestima... 

- Livre de ansiedade, Robert L. Leahy, publicado da Editora Artmed.
Acabei optando pelo outro título, mas preciso comentar este também.
Por coincidência, ontem uma amiga me escreveu “Cuidado com sua ansiedade é perigoso pra vc...”. E é mesmo!
As reações que elas provocam são quase sempre inapropriadas para a situação, causando estresse, assustando as pessoas, levando a atitudes irracionais e fazendo com que eu perca o controle da situação.
Entender como a ansiedade nasce e como controlá-la é muito interessante. Por isso, está na minha lista de desejos...

Superinteressante

A edição de fevereiro da Revista Superinteressante está nas bancas e, sendo bem óbvio, está interessante mesmo.
Neste post vou tratar só da matéria de capa, mas em outros, citarei umas notas e informações que li e gostei.
A edição traz na capa a matéria “Amizade – por que é impossível ser feliz sozinho”. Vou pinçar 2 pontos que eu considero legais para o emagrecimento.

1) O hormônio ocitocina
Atuando na reprodução – não só no sexo, mas também na preservação da espécie – a ocitocina (ou oxitocina) se faz presente não só na relação mãe-filho. Por questões da evolução genética, a ocitocina também regula a necessidade por formar alianças, condicionando-nos a fazer amigos. O grande barato é que os receptores deste hormônio estão localizados no córtex pré-frontal do cérebro, a mesma região que regula o controle emocional e, sob a ação da dopamina, regula as recompensas naturais, como o alimento.
Pergunta: será que a amizade, ou a sensação de ser aceito, pode influenciar na necessidade de comer e vice-versa?

2) Neurônios-espelho
Sabe quando uma pessoa boceja e, como mágica, você sente a mesma vontade? Esses são os neurônios-espelho em ação “imitando” alguém (na verdade, esses neurônios ativam regiões específicas do cérebro, simplesmente por observar, o que dá a impressão de copiar). A Super mostra uma pesquisa que diz “quando uma pessoa se torna obesa, seus amigos têm 45% mais risco de engordar” por culpa desses neurônios que tendem a simular uma situação na cabeça quando a vemos em ação. Louco, né? Mas se isso serve para engordar, também deve servir para emagrecer. Mais uma razão para se participar de grupos em que as pessoas estão emagrecendo, certo?

sábado, 29 de janeiro de 2011

Tenho medo de ser ansioso

Pela manhã, entro no meu carro e o computador de bordo me informa que tenho combustível suficiente para ir até o meu local de trabalho. A partir daí, temos 3 cenários diferentes, em que o modo de pensar define comportamentos totalmente distintos:

Cenário 1: Se o computador de bordo diz que consigo ir até o trabalho, para que me preocupar? “Vambora”!
Cenário 2: Espera aí! Mas o computador de bordo não considera a hipótese de eu pegar congestionamento e consumir mais combustível do que o normal. É melhor eu ir até um posto e abastecer.
Cenário 3: Meu Deus! E se esse computador estiver louco? E se tiver acontecido um acidente no caminho, pegar congestionamento e eu ficar sem combustível no meio da estrada poderei ser assaltado, morto e ainda vou perder o dia de trabalho!

O medo é inato e, por incrível que pareça, ele é nosso colega. Ele prepara o nosso corpo para reagir a uma ameaça, fazendo com que fujamos ou lutemos.
Nos cenários 2 e 3, entra algo muito comum que é a ansiedade. Algo que eu vejo acontecendo, sendo um pouco mais forte que o medo. Embora, muitas vezes ela possa ser positiva, fazendo com que eu me previna, há casos em que a ansiedade pode ser irracional e improdutiva, levando a (re)ações ridículas.

Aos poucos, vou aprendendo que posso prevenir e modificar os acontecimentos que estão sob o meu controle (ex.: posso cuidar do que eu como para não engordar; posso manter o meu carro abastecido para não ficar sem combustível; posso levar uma quantidade de dinheiro extra, caso descubra que aquilo vai custar mais caro do que eu imaginava; posso revisar um assunto antes da prova...). Só que não há motivo para me preocupar com aquilo que eu não tenho o mínimo controle ou que seja improvável de acontecer (ex.: E se minha geladeira quebrar, como eu vou continuar controlando minha alimentação? E se terroristas invadirem o prédio onde eu trabalho? E se eu levar um tiro de bala perdida? E se ela for corinthiana e não gostar de são-paulinos?).

Ansiedade é perigosa para mim. NOSSA, e como eu sei! Entender a raiz dela, saber distinguir se é inútil e, principalmente, evitar que ela dispare ações negativas têm tudo a ver com me ajudar a emagrecer e viver melhor.
Respiro fundo, faço o meu melhor e dou tempo ao tempo... eu vou aprender.


Superman

Na adolescência, obesidade deve ser um dos maiores potencializadores de traumas. É quando estamos estruturando as conexões cerebrais no córtex pré-frontal (o que significa dizer que é a época da formação do auto controle emocional). Nessa período, ter a autoconfiança abalada por conta da aparência, forma uma grande tempestade dentro das nossas cabeças.
Tudo conta: obesidade, roupas fora de moda, aparelhos nos dentes, óculos...
Chegamos aonde eu queria! Óculos!
Dos 14 aos 30 anos usei óculos. Até que comecei a achar que ele atrapalhava a minha personalidade.
Para dar uma melhorada no meu visual, passei a usar lentes de contato em 2005. Apesar de não ser saudável, abandonei os óculos totalmente. Nada mais de cara de nerd, cabelo amassado por causa das hastes, oleosidade entre as sobrancelhas...
Tudo ia bem, até que fui ao oftalmo na semana retrasada e resolvi criar juízo: voltei a usar óculos. Pretendo revezar entre lentes e óculos, mas o caso é que em público serei visto muitas vezes de óculos..
Já que a minha intenção é deixar o meu ego fortalecido, ao invés de me imaginar como um nerd ou bookworm (os viciados em livros), prefiro construir a imagem de que eu sou meio Clark Kent, usando óculos para despistar minha verdadeira personalidade. E vocês podem ter certeza, por trás destes óculos, estou me considerando um Super Homem, capaz de atingir qualquer objetivo que eu sonhar.

Nota: a vida fica mais legal quando a gente dá risada dela, hahaha...

Semana 04 – 1,5kg a menos

“Todo Carnaval tem seu fim”, cantam os Los Hermanos... pensando nisso tenho que lembrar que nem todo dia é festa do caqui! Ainda mais se o caqui não for na hora da fome física...
Esta semana, mesmo conduzindo tudo conforme o combinado, nada de emagrecer mais 4kg. O resultado foi de 1,5kg.
Olha só o calvário desta semana:
- Fui ao cinema na 3ª e consegui resistir ao cheirinho de pipoca.
- Num restaurante, enquanto uma amiga comeu um riso milanese, com queijo e açafrão, fiquei no polo sem pasta nem birra. E ainda ouvi de um garçom “tem certeza que a água é pra você?”.
- Meus amigos do trabalho foram a um restaurante mexicano e eu suportei a tentação do chilli, taco, burritos e cerveja XX.
- Cheguei em casa e havia coxinhas fritas, mas fingi que elas não estavam lá!
- Ensaiei umas corridas durante esses dias, e fiz o pulmão pegar fogo e o coração trabalhar que nem pistão de Fórmula 1.
Com tudo isso, só 1,5kg!?!? Será que compensa continuar? Será que o meu milagre do emagrecimento vai parar?

Antes que a ansiedade me prejudique, foco no objetivo maior: mudar meu comportamento!
Fico sim de olho na balança. Ela é um excelente referencial. Mas de nada adianta fazer como da outra vez em que emagreci 50kg e continuei pensando com o estômago. Tenho que mudar essa compulsão, essa ansiedade e essa necessidade de compensar à mesa meus dissabores na vida.
Além do mais, 1,5kg em uma semana é coisa pra caramba!
Então, não perca a conta: em 3 semanas totalizei 8,5kg.
Valeu Luiz. Valeu Rute. Valeu a todos que me apóiam!

Peso oficial: 100,5kg
Aparentemente, pode ser que não tenha muita diferença, mas os joelhos, veias, artérias, coluna, intestino, rim, coração, fígado... nossa! Eles estão adorando!

domingo, 23 de janeiro de 2011

Ambiente favorável

Antes de entrar para a Meta Real, um pensamento me dominava: o que as pessoas lá vão pensar de mim?
Tanto era assim, que nas primeiras semanas pedia para que a Rute não falasse meu peso em voz alta. Ficava imaginando que ali iam tirar sarro de mim.
Se isso for um empecilho para você conhecer a Meta, não se preocupe! O ambiente que encontrei na turma do Brooklin, aos domingos na Vila Mariana e com o Luiz Henrique aos sábados em São Bernardo, é totalmente favorável para quem quer atingir seus objetivos. Pegando a turma que estou atualmente, fica fácil entender.
Na sala cheia, com 30 pessoas (isso mesmo!) dividindo suas experiências, tem uma diversidade de histórias que vale a pena conhecer.

- Kate, uma garota muito bonita e confiante. Completou um ano de Meta Real e, apesar de parecer que sempre foi magra, me faz lembrar que cada sabe onde o calo aperta. Mais do que emagrecer, ela sai da Meta Real sabendo comer melhor e motivando os outros: “se eu posso, todos podem”. Essa sim incorporou o que aprendeu!
- Ali vejo a Clélia. Uma senhora que enche o peito para dizer a idade: 63 anos! E ela tem o direito de dizer mais. Com apenas um rim, ela driblou os pessimistas, que poderiam dizer que depois de uma certa idade não dá mais para emagrecer, e vai rumo ao seu objetivo. Pensando nela, ficaria com vergonha de mim mesmo se não buscasse o meu melhor.
- Há um senhor que fez a cirurgia do estômago e está ali para aprender a se alimentar melhor, afinal a cirurgia muda o estômago, mas não o modo de agir nem o de pensar. Ele vai chegar lá, não tenha dúvida.
- Vejo ainda, mãe e filha seguindo juntas, incentivando uma a outra e se policiando para chegar, cada uma, a seu objetivo. Letícia, a filha, conta quando comeu um bolo sozinha porque tinha brigado com um namorado. Conheci as duas há uns 4 meses. Agora, com o rosto afinado, Letícia projeta mais a voz pra fora e ergue o queixo como se dissesse “eu tenho orgulho de mim”! E tem que ter mesmo!
- Dona Ivone ou Ione (perdão por confundir o nome)... essa vovó que está prestes a terminar o período de um ano, é uma pessoa super alto-astral. Não tem vergonha de dizer quando comete deslizes no trajeto dela, mas está ali, sábado após sábado. É isso aí, o comprometimento tem que falar mais outra!
- Uma outra dupla interessante é de uma netinha acompanhada de sua avó. Pelo menos foi assim que vi esta sendo chamada pela menina de 16 anos. Mas ela não aparenta ser avó há tanto tempo assim. Além de achar um grande barato ver essa proximidade entre duas gerações diferentes, foi legal ouvir da própria mocinha, que não parece estar acima do peso, que ela não está ali só para emagrecer, mas para aprender. Com um rostinho angelical, ela mostra um sorriso meigo que daria espaço para ela em qualquer revista “Capricho”, mas nem por isso ela é alienada.
- Uma outra moça começou no mesmo dia que eu. Casada, mas que foi acompanhada do pai, disse que tinha sido bailarina quando adolescente. Na sequência, deu para perceber os olhos olhando para baixo como se sentisse doer no orgulho ao lembrar que não era mais a mesma. No último sábado, percebi que ela tentou participar, dando sua opinião em voz alta. O que é um excelente sinal de que ela não quer se esconder e, por experiência própria, sei que este é o primeiro passo para evoluir.

São muitos outros casos e histórias ali. Não conheço todos. Mas vejo gente com quem eu aprendo e de onde eu tiro motivação pra seguir no meu projeto.

Submetas

São Silvestre. A famosa corrida de rua realizada em São Paulo no último dia do ano tem um trajeto desafiador. São 15km de muito esforço.
Quando comecei o projeto 85, faltavam 24kg para o meu objetivo. Ou seja, minha São Silvestre tem 24kg.

Vamos supor que o seu sonho é correr a São Silvestre! Uau! 15km! Então você se inscreve e, no dia 31 de dezembro, lá está você para atingir seu objetivo.
É dada a largada e você começa com passos largos a buscar seu objetivo. Você pensa “preciso correr 15km!”. Ao final da primeira reta, você dobra à direita e começa a descer pela Rua da Consolação. “Nossa! Deve faltar uns 10km!” – Que nada... você não completou sequer 1km.
“O que??? Tudo isso e não foi sequer 1km. Desisto! Jamais vou chegar a 15km!”.

Apesar de eu ter conseguido emagrecer 50kg da outra vez, sei muito bem que se ficar imaginando que nesta volta meu objetivo é de 24kg, também vou desistir.
Assim como na São Silvestre é útil pensar em dividir o percurso e, aos poucos, conquistar cada etapa, imaginei submetas para minha corrida de emagrecer.
Minha primeira submeta é de 10 kg. Até combinei com a Rute que só vou assistir à palestra dela de domingo quando tiver ido 10kg embora! Ou seja, uma submeta e um símbolo para essa conquista.

Algo mais próximo me anima... é algo que não está muito distante e me faz imaginar “se cheguei até aqui, posso ir ainda mais longe”.
Seja emagrecendo, ou correndo a São Silvestre, ou buscando crescer profissionalmente, ou comprar um objeto de desejo, ou atingindo qualquer outro objetivo pessoal, a submeta me ajuda a enxergar a escalada e as pequenas conquistas que me levarão ao objetivo final.

Vou lá correr que faltam 3km para minha submeta. Ops, 3kg!

Fútil mas útil

Não é raro ouvir criticas por querer emagrecer. Um narcisismo desmedido, um problema com a auto-estima ou uma futilidade que não se justifica?
Antes de ser apedrejado, gostaria de relatar mais uma das minhas experiências.

Quando fui à Meta Real, em novembro de 2008, era alguém que tinha aceitado minha condição de obeso. Não era feliz com minha situação, mas tinha vergonha de falar sobre ela e não imaginava ser possível reverter aquele quadro.
O processo vivido naqueles meses mudou muitas crenças. (1) É possível sim reverter muitas situações. (2) Eu tenho uma força de vontade e uma determinação que não podem ser desprezadas. (3) Sair da zona de conforto é trabalhoso, mas é muito mais recompensador.
Os benefícios com a estética foram muitos. Os benefícios para saúde são maiores ainda. Mas, não teria espaço neste blog para dizer como a minha cabeça mudou para melhor.
Reflexos da disciplina e da confiança começaram a se fazer presentes em vários campos da minha vida.
Quer um exemplo? No trabalho, descobri que os quase 9 anos que permanecia na mesma empresa haviam me ensinado muito e que eu possuía mordomias difíceis de encontrar em outro lugar, mas que agora eu precisava buscar novos desafios e crescer. (Prometo discursar mais sobre isso em um outro post)
Sei que todo o aprendizado adquirido não está solidificado. Ainda leva um tempo para que ele faça parte e seja operante na minha personalidade. Mas mesmo assim, foi por conta dessa futilidade que entendi como o foco é determinante na conquista dos objetivos. Entendi como a emoção pode resultar numa ação que busca um objetivo momentâneo, abrindo mão de um ganho maior a longo prazo.
Emagrecer por emagrecer é fútil, posso concordar. Emagrecer por conseqüência de um auto-conhecimento e comportamento mais determinado, isso é útil, posso comprovar.

Mirando no alvo

“Querer algo e não ter uma meta, é como estar num quarto escuro, com um arco e flecha na mão, buscando acertar um alvo que não se sabe onde está.”

Esta frase do meu amigo Fernando Oliveira, ator, palestrante motivacional e autor do livro “Atitude de Vencedor”, faz todo sentido para mim, da mesma forma que me assusta.
Sim, eu fico assombrado com a idéia de quantos sonhos e desejos que tenho, mas que não passam disso. Apenas uma vontade, sem estrutura, sem plano de ação nem uma tentativa de imaginar como driblar os obstáculos que vão surgir no caminho.
Quero emagrecer porque acredito que a obesidade me traz dezenas de problemas, mas o que eu faço para isso? Determinei novos comportamentos para chegar ao meu objetivo? Pensei em formas de avaliar meu andamento? Consultei especialistas ou me informei sobre formas e técnicas? E os empecilhos que vão surgir, há um plano para remediar ou eles só me fazem imaginar “isso não é pra mim”?
Se meu sonho não tiver tudo isso, ele é só uma confusão. É o futuro do pretérito (eu deveria, eu faria, eu seria, eu poderia etc.), quando o certo seria sonhar no futuro do presente (eu deverei, eu farei, eu serei, eu poderei etc.) e conjugar o presente para obter resultados mais efetivos.
Voltando ao exemplo do arco e flecha, imagino que fica muito mais fácil acertar o alvo com a luz acesa e enxergando tudo. Pode ser que eu não acerte de primeira. Mas com o tempo, treino e persistência o sucesso vem.

Para quem quiser conhecer o Fernando Oliveira, o seu livro e o seu trabalho de palestrante e mestre de cerimônias, acesse: www.fernandooliveira.com.br/. Aproveite para ver dicas sobre motivação que ele apresenta lá.

Costela de Adão

Para quem conviveu com a obesidade desde sempre (se bem que o sempre começa a contar no momento em que se começa a ter consciência) é difícil imaginar o que é ser magro.
Pelo menos assim foi comigo. E quando comecei a eliminar peso extra, passei por situações que até então desconhecia. Um exemplo desses aconteceu no período que emagreci da primeira vez.

Estava numa noite qualquer deitado no sofá. Devia ter mandado embora uns 40 kg até aquele momento. Num movimento normal de se espreguiçar e se coçar (herança genética dos primatas) senti um caroço estranho um pouco acima do abdômen e um pouco para a lateral do peito.
Automaticamente, recuei o braço como se não quisesse acreditar que tinha algum indício ali de algo ruim, como um tumor, no pior dos pesadelos.
Sentado em outro sofá, meu pai assistia TV comigo e, para evitar o alarde, paralisei e fiquei só com o cérebro se exercitando. Busquei pela memória alguma pancada no local que pudesse justificar aquele calombo. Imaginei se um furúnculo poderia causar aquele volume indesejado. Cheguei a praguejar contra a reeducação alimentar, afinal toda essa coisa de comer melhor poderia ter confundido o meu organismo, ou sei lá...
Lembrei de um conselho médico: muitos males são reversíveis se descobertos em seu início. Se fosse algo ruim, então melhor trazer à luz e tratá-lo o quanto antes, certo?
Tomei coragem e fui fazer um segundo teste apalpando o local novamente. Sim... o caroço estava ali. Parecia bastante sólido, o que eliminava a idéia de um edema, furúnculo ou cisto sebáceo.
Para determinar o tamanho daquela bolota sem identidade, passei a mão pelos espaços ao lado.
Opa! Outro caroço abaixo! E outro caroço acima! Pior ainda, uma sequência de caroços! Mas, calma lá...
_ Nossa! Eu tenho costela!
Meu pai que já estava mais perto de dormir do que nd mundo dos despertos, me olhou tentando saber se o que ele tinha entendido era o que era.
_ Olha só! Eu tenho costela! Tomei um susto, achando que era algum caroço, mas é só minha costela que começou a aparecer depois que toda aquela capa de gordura foi embora!
Duas vezes feliz: primeiro, estava sim saudável; segundo, o emagrecimento me permitia experimentar as sensações de um ser humano normal.
Que legal! Eu tenho costela!

sábado, 22 de janeiro de 2011

Semana 03 - Total 7kg

E a escalada continua indo bem, Nesta semana foram mais 2,6kg. Com isso cheguei a um total de 7kg em duas semanas!
O que eu senti que ainda poderia ter sido melhor nesta semana foram as hora de sono. O trabalho (ahhhh... o trabalho...) desregulou horários para comer, mas principlamente, a urgência de algumas obrigações me fizeram dormir menos. O resultado disso é que para manter as atividades normais o corpo tira um pouco o pé do acelerador do metabolismo.
Se eu estou lamentando? Não! 2,6kg é excelente! Mas sei que qualidade de vida - aqui falo de forma mais ampla - exige também repor energias e saber descansar. Preciso ficar atento a isso...
Sete dias até a próxima pesagem...

Nesta semana fiz uma comparação entre a 1ª foto e a atual. Pouca diferença, mas já começa a aprecer algo bom, certo?
Peso oficial: 102kg
Abdômen: 118cm
 






Luiz Henrique, valeu pelo incentivo, pela divulgação do blog e por ser quem vem me conduzindo nesta retomada do meu objetivo.
Quem tiver interesse em participar das palestras com ele e conhecer a Meta Real os horários são:
- 3ª: 19h30 - Santo André (R. José D Ângelo, 242 Sl. 2)
- Sábado: 9h - São Bernardo do Campo (Av. Ministro Oswaldo Aranha, 143 Sl. 31)

Rute, minha Mestre... minha personal Lair Ribeiro! Daqui 3kg,conforme prometido como submeta, vou te visitar na palestra de Domingo. Muita saudade e muito agradecimento por sua amizade.
Quem tiver interesse em participar das palestras com ela e conhecer a Meta Real os horários são:
- 2ª: 14h30 - São Paulo/Vila Mariana (R. Doutor Fabrício Vampré, 120)
- 3ª: 19h30 - São Paulo/Brooklin - R. Guararapes, 1943
- 6ª: 15h - São Paulo/Vila Mariana (R. Doutor Fabrício Vampré, 120)
- Domingo: 17h30 - São Paulo/Vila Mariana (R. Doutor Fabrício Vampré, 120)

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Ditadura arroz com feijão

Faça um esforço e relembre aquelas aulas de História do Brasil, da Républica Velha e, mais especificamente, da “política café com leite”.
Caso sua memória fique devendo nesta matéria, a “política café com leite” trata do período no qual os cafeicultores paulistas e grandes fazendeiros mineiros controlavam as eleições, revezando os mandatos entre representantes dos dois Estados. Assim, começava a trajetória republicana e democrática deste País...
Puxei esse assunto porque não é raro ouvir de alguém frases como “comida para mim é arroz e feijão com mais alguma mistura*”.
Os mais ufanistas dizem que o brasileiro é o povo que melhor se alimenta porque arroz com feijão é completo.
Ainda tem os “iludidos” que acham que é super saudável aquela comida exposta por horas à saliva e às mãos de centenas de pessoas nos restaurantes self service.
O meu expertise não me permite falar da qualidade nutritiva do arroz com feijão. Mas ao meu ver, é difícil acreditar que mantendo o mesmo cardápio em todas as refeições seja possível suprir todas as necessidades de nutrientes para o organismo.
Se pudesse ser feita uma versão brasileira do documentário Super Size Me – sendo  que desta vez, ao invés de 30 dias comendo Big Mac, o ator comesse arroz e feijão – talvez os resultados como ganho de peso e problemas com nutrientes também fossem ruins.
Eu digo não à ditadura do arroz com feijão! Experimento novas composições, novos menus, novos alimentos... a fuga da rotina, além de fazer bem para o organismo, ajuda a distrair o cérebo.

*mistura é uma forma em São Paulo de chamar o complemento do arroz e feijão. Geralmente trata-se de alguma proteína como bife, frango, ovo, lingüiça, salsicha...

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Dois mentirosos

Desde que comecei a estudar linguagem não-verbal – aquelas mensagens que você transmite sem dizer nenhuma palavra – passei a ficar mais atento às mentiras. O tom de voz que fica mais enfático, os gestos que ficam mais rígidos ou assimétricos, a respiração que passa a ser mais toráxica, o sistema parassimpático em ação... enfim, indícios de dissimulação.
Mas conheço dois mentirosos que não expressam qualquer uma dessas reações. Mentirosos que podem enganar facilmente se eu estiver desavisado: o cérebro e a balança

O CÉREBRO tem, como uma das suas funções, garantir a sobrevivência do corpo que o carrega. Por isso, eu o vejo como um mentiroso bem intencionado.
Baseado em algumas informações, ele precisa tomar decisões muito rápidas! Ao invés de pecar pela omissão, ele opta por dar uma resposta, mesmo que não seja a perfeita. Com isso, ele pode interpretar assuntos emocionais como um alerta físico, no meu caso, a fome!
Dizer que a ansiedade me dá fome é fácil. Dizer que a culpa é da minha cabeça, é mais fácil ainda... mas a alienação é tão feia quanto a mentira. Já que eu sei de alguns desequilíbrios, por que não buscar viver melhor?

A BALANÇA é daquele tipo de mentiroso que mente pelo bem e pelo mal. Mas o mais curioso é que, por pior que seja, é com quem podemos contar.
Por experiência própria, percebi que a pesagem apresenta algumas variações que muitas vezes não tem a ver com emagrecer ou ganhar peso. Uma simples ida ao banheiro ou um copo de água influenciam para menos ou para mais na pesagem.
Um alimento leve em peso, mas altamente calórico (por exemplo, bacon), não será percebido imediatamente na balança. Na contra mão, um copo de água (um verdadeiro “caloria zero”) acrescentará em torno de 250g ao peso imediatamente, mas sem prejudicar a longo prazo.
A balança pode enganar muitos por algum tempo, mas não pode enganar a todos por todo o tempo... cedo ou tarde, a verdade aparece!

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Limpando a casa

Virada de ano, aniversário ou mesmo segunda-feira. Datas interessantes para começar a colocar ordem na casa.
Neste ano, fui ao oftalmologista para conferir como vai minha vista (e o grau subiu horrores). Ainda estão programados dentista, dermatologista, ortopedista, cardiologista...
Alguma espécie de hipocondria?
Não... A intenção é outra! Caminhando junto ao Projeto 85, planejei um pacote de revisões para minha vida. Já que é para melhorar, vamos fazer direito!

Fica aqui mais um compromisso: assim que eu sair da casa dos 3 dígitos, volto a correr também.

O mundo não gosta de mim

Em 2003, após conviver vários anos com uma gastrite, acabei evoluindo... saí da gastrite e fui para a esofagite.
Por que será? Vivia numa dieta com muita carne vermelha, muito pão, vários copos de refrigerante no café da manhã... não sei porque fui ter problemas com essas “ites” do sistema digestivo...
Para evitar algo maior, iniciei naquele ano uma dieta.
Após alguns meses, tudo ia bem. Os elogios vinham de todos os lados e eu já fazia planos para 2004.
Até que... no meio de dezembro, fui chamado para uma reunião. Um projeto gigante que precisava ser lançado ainda aquele ano. Caso contrário, a empresa inteira teria férias coletivas de fim de ano, enquanto o Marcelo Rufato (que trabalhava comigo) e eu ficaríamos trabalhando.
Que injustiça! Por que todos poderiam viajar, curtir as festas de fim de ano e nós teríamos que nos sacrificar?
A revolta era enorme... Saí do trabalho aquele dia dando chutes e socos no ar. Dentro do metrô, um pensamento constante: “o mundo não gosta de mim”.
Ao descer na estação Ana Rosa, um fabricante de panetonnes tinha montado uma lojinha com preços especiais.
Mergulhado em confusão, aquilo tinha uma outra interpretação para mim: eu estava cheio de dó de mim mesmo e aqueles panetonnes apareceram na minha vida como uma forma de compensar o que o mundo fazia de ruim para mim.
Resultado: comprei um chocotonne brigadeiro, com cobertura de granulado e tudo mais. Ele não durou até a manhã do dia seguinte... Foi o início do fim de uma trajetória que tinha tudo para ser excelente.

É engraçado como a cabeça arranja uns caminhos estranhos... que tolice... acaba arranjando um problema maior.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Peso Extra

Imagine se você tivesse que andar o dia inteiro carregando 10 sacos de arroz. Agora imagine o alívio de jogar fora esse peso extra.
Quando emagreci da outra vez, e mandei embora o equivalente a 10 sacos de 5kg de arroz, descobri como é bom estar no peso que faz bem ao meu corpo.

Iniciei na Meta Real pesando 137,4kg. Com 1,85m, estava com IMC (Índice de Massa Corporal) igual a 40,1 e me situava na faixa de Obesidade Grau III – obesidade mórbida. Semana após semana, eliminando o peso extra, fui descobrindo benefícios em melhorar minha condição.
Lembro de uma oportunidade, algumas semanas antes do Carnaval, em que a Rute lançou um desafio a todos: emagrecer 3kg até o feriado.
Já na primeira semana emagreci 3,3kg! Então, combinamos algo diferente: os quilos emagrecidos até o Carnaval seriam convertidos em alimentos para doação. Cheguei em 6 semanas a 11,4kg.
Após uma compra contendo arroz, feijão, farinha... compondo os mesmos 11,4kg eliminados, pude perceber o que eu carregava de peso extra.
A Rute – sempre a Rute – comentou isso num dos meus posts. A sensação foi muito boa... Eu vou sentir aquele sensação de novo. Pode ter certeza!
Volto a perguntar, o que estou fazendo com esses quilos a mais??

Luiz Henrique, Rute e orientadores da Meta Real, fica aqui minha proposta a ser levada à Maria Eliza: que tal fazermos uma ação social emagrecendo e transformando nossos quilos em alimentos?

Torcendo pelo São Paulo e por mim

Hoje começa a temporada 2011 de futebol. Pelo menos para mim, são paulino, esta temporada vai ser difícil. Primeiro, porque a situação do meu time não é das melhores. Poucas contratações, disputas políticas internas, falta de motivação...
Segundo, e mais ligado a este blog, porque tem o condicionamento! Aquela força interna, chamada também de “costume”, que muitas vezes diz para mim que futebol na TV tem que ter cerveja e amendoim.

O condicionamento aparece para mim de outras formas:
- cinema = pipoca
- padaria = pão de queijo
- feira = pastel
- café = chocolate
- frio = brigadeiro
- chuva = bolo
- praia = sorvete
- domingo = docinho
- macarrão = pão
- shopping = praça de alimentação
- encontro = vinho
- balada = vodca
- happy hour = cerveja

Caramba! Nem o cãozinho do Pavlov tinha tantos condicionamentos...

Vamos São Paulo! Faz sua parte no campo e eu faço minha parte na balança!

Obesidade = Pobreza?

A revista Veja da semana passada trouxe como matéria de capa o quociente da beleza. Um estudo que discursa sobre a essência do belo (nada a ver com o pagodeiro...).
Apesar de se apoiar fortemente em conceitos etéreos, a reportagem traz uma linha do tempo mostrando a evolução dos padrões de beleza.
No período do Renascimento, os grandes artistas retrataram a preocupação da sociedade daquela época. Pessoas com bochechas rosadas e corpos nada esculturais representavam um pensamento de riqueza. Ser obeso significava ter posses, fartura à mesa e poder viver de forma ociosa. Um conceito que muitas mães (inclusive a minha) acreditam mesmo em nossa era.
Porém, excluindo-se aqueles casos extremos de anorexia e os deformados pela academia, a visão da sociedade hoje parece ser outra. Um corpo bem cuidado representa consciência, controle e. logicamente, status.
Quando sabemos que 55% daquilo que comunicamos está em nossa linguagem corporal, é muito importante cuidar desse nosso mensageiro chamado corpo.

Nota: A miséria e a fome, ainda presentes em muitos lugares, representam outro grau de pobreza e, principalmente, de vergonha para todos nós. Subnutrição é, ao meu ver, algo totalmente diferente. Por isso, não dá para criticar a busca por emagrecimento, justificando que milhares de pessoas passam fome.

Gordo tem que ser engraçado?

Seja na Folha de S. Paulo, seja na Band News, adoro ler/ouvir José Simão. Dou muitas risadas com os seus comentários e seu jeito de criticar a política e a sociedade.
Ontem, porém, mais do que rir, fiquei com um incômodo ao ler sua coluna na Folha.
No meio dos comentários sobre o BBB, principalmente sobre a presença de um transexual e de um homossexual, ele soltou uma frase dura mas muito real: “E tem uma gorda também (no BBB). Tão dizendo que ela vai sofrer mais preconceito que a operada (o transexual). A pessoa pode ser tudo, menos gorda. A não ser que seja engraçada. Gorda tem que ser engraçada?”...

Infelizmente é verdade... outras minorias, distúrbios da personalidade ou diferenças físicas estão sendo cada vez mais aceitos. Mas a obesidade continua gerando repulsa!
Quem é obeso sabe: para compensar a rejeição das pessoas, criamos estratégias para que as pessoas se aproximem da gente. Uma dessas estratégias é ser engraçado, assim como ser bonzinho, caridoso, prestativo, educado... todas as maneiras de ser agradável, mesmo abrindo mão das nossas próprias necessidades.
Enquanto isso, a auto-estima, que já não andava bem, vai cada vez mais para o fundo do poço.

Semana 02

Poderia chamar este post de “1ª vitória” que casaria muito bem com o assunto. De qualquer forma, acho bom manter o padrão quando for falar sobre as pesagens.
Ontem fiz a minha 1ª pesagem oficial, uma semana após ter iniciado o método. Resultado? Sucesso!!!
4,4kg em uma semana!
Fiquei muito feliz porque tive um excelente retorno do meu trabalho durante a semana. Valeu a pena ter resistido à geladeria, aos chocolates, aos convites para comer e beber...
Mas o trabalho não para por aqui! Estou a 19,6kg do meu objetivo. Então, vem ai mais uma semana de dedicação e foco!

Obrigado ao Luis Henrique (meu atual orientador na Meta Real) e à Rute Helena (minha mestra) por continuarem acreditando em mim! Eu tenho que aprender muuuito com vocês e saber confiar no meu potencial.
E obrigado a vocês que me lêem aqui. A motivação de vocês me ajudou nesse primeiro passo vitorioso!

Seguem a foto e as medidas desta semana:
Peso oficial: 104,6kg
Abdômen: 118,5cm

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

A fantástica fábrica de chocolates

Ontem, por conta do meu trabalho, passei o dia na convenção de vendas de um dos clientes que atendo. Não seria nada excepcional, não fosse por um detalhe: o cliente é um dos maiores fabricantes de chocolate do mundo!

Em um resort, próximo à cidade de São Paulo, passei por uma prova de fogo. Além de um farto almoço, com direito a sobremesas calóricas, e às quais passei sem sofrimento mantendo o foco no método, vivenciei um dia com chocolates e doces totalmente à disposição.
Apesar do ingresso para esta fantástica fábrica de chocolates, coloquei o cérebro para funcionar e dialogar comigo mesmo: Pra que?
Depois de receber aqui pelo blog o incentivo de amigos e pessoas que eu sequer conheço...
Depois de ouvir e ler pessoas compartilhando sobre as dores de se estar acima do peso...
Depois de me ver no papel de ser uma prova que é possível fazer projetos se tornarem realizados...
Depois de tudo isso, eu só poderia ignorar qualquer Lumpa Lumpa e dizer NÃO a todos aqueles doces!

P.S.: Pri, obrigado pelo bombom, mas ele vai ficar melhor ali na minha escrivaninha, como uma recordação sua, do que no meu estômago.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Tarde vazia

Hoje fui ao oftalmologista e precisei dilatar a vista. Depois disso, pegar estrada para ir trabalhar seria impossível. Então, trabalhei de casa mesmo.
No começo parecia que ia ser legal! Não ter trânsito, nem pessoas fazendo barulho... mas depois do almoço (um almoço exemplar) veio o reflexo condicionado! A proximidade com a cozinha... o armário tão convidativo... o barulho da chuva na janela... a geladeira guardando cada coisa gostosa...
Não dava mais para segurar!
Fui até a geladeira!
Fui mesmo!
E peguei aquela garrafinha de 500 ml de água mineral e bebi sozinho!
Água!?!? É... água... O que você esperava? Eu assumi um compromisso com você, lembra? E vou cumprir...

Cardápio básico

Para aqueles que andaram perguntando o que eu como quando estou fazendo reeducação alimentar (não é regime!), vai aqui um esboço. Não tem segredo, complicações nem proibições!
A base, aprendi na Meta Real, sempre equilibrando e balanceando carboidratos, proteínas, fibras (entram aqui frutas e hortaliças) e gorduras. A razão é simples: abrir mão de um desses grupos significa privar o corpo de algo que ele precisa. Mesmo a gordura, que eu pensava que só servia para lambuzar as mãos e entupir artérias, se faz necessária.
Com isso em mente, monto cada refeição assim:
- Carboidratos – pão, arroz, batata, purê  ou até mesmo uma pasta (um ou outro, não todos!). Aqui cabem aqueles itens que a gente acha que nunca pode: pizza, chocolate, sorvete, cerveja, vinho... Num outro post falarei mais sobre essas substituições e como eu entendo a importância do carboidrato.
- Proteínas – carnes (bife, frango ou peixe), queijo, iogurte, ovo.  Também é um deles... dependendo do carboidrato que melhor combina.
- Fibras – o popular “mato” tem folhas (alface, couve, agrião...) e/ou legumes (brócolis, cenoura, beterraba, vagem, quiabo...). Nesse grupo também entram as frutas, ficando mais fácil escolher porque a variedade é imensa.
- Gorduras – azeite, maionese ou manteiga são os mais óbvios. Mas às vezes fujo do comum e vou de azeitona, amendoim, nozes...

Viu? Não é complicado.
Amanhã eu tento falar sobre as minhas quantidades.

Foto meramente ilustrativa, não reflete a realidade do autor deste blog.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Minha 1ª vez

Este post, não tem sentido sexual... mas posso garantir que foi orgâsmico!
A 1ª vez a qual me refiro diz respeito à minha primeira pesagem na Meta Real. O post é longo, mas eu, particularmente, acho muito interessante.

Em novembro de 2008, fui levado à Meta, por indicação da minha “comadre” Regiane Siqueira. Ela e algumas outras amigas do trabalho frequentavam as palestras e estavam muito empolgadas com a eliminação de peso. Era um grupo estranho com gírias que eu não entendia: hora da fome física? Tempo de mastigação?? Disquinho alimentar?? Que p**** é essa?
Só que eu, o obeso que não sabia dizer não, virei alvo dessas fanáticas que me convenceram a ir a conhecer. Pensei comigo “vou lá uns dias e depois fujo sem ninguém perceber”.
Na primeira palestra, tudo tranquilo e fazendo sentido. Menos o comentário daquela orientadora esbelta dizendo que tinha emagrecido 10kg. Nunca confessei isso para a Rute, mas foi a única coisa que achei mentira. Mesmo assim, tinha ido com a cara dela no começo... até ela pedir para eu me pesar – Como assim??? Tem que pesar? Não posso dizer mais ou menos com quanto eu estou??
A Rute e o seu olhar escorpiano me convenceram a subir na balança e a ter o primeiro susto: 137,4kg.
C******!!! F*****!!!
E pra piorar, aquela moça toda ajeitada ainda vem me falar que o meu peso ideal deveria ser 88kg... Ahhhh... vá à M****!
O que eu fiz? Claro que não ia ter coragem de dizer não. Quando a auto-estima está debilitada, não conseguimos dizer não... Então voltei na semana seguinte.
A ideia do fracasso anunciado, ou fracasso pré-destinado, não saia da minha cabeça. A Rute falava em emagrecer entre 1kg e 1,5kg por semana. Mas eu, e minha convicção de derrotado, acreditava que ia ser um motivo de chacota.
Lá vai eu... dia 11 de novembro de 2008... subi na balança após um semana experimentando seguir as orientações da tal de Meta Real.
Ao colocar os dois pés sobre a base de metal, o pêndulo tombou para um dos lados. A Rute na hora soltou um “nossa!!!”. Meu cérebro, que havia me acompanhado em mais de 30 anos de vexame, falou comigo instantaneamente “P*** que pariu! Bem que eu te avisei para não vir a essa reunião! Você deve ter sido a única pessoa a ter engordado!”.
Uns segundos de apreensão enquanto a Rute pegava uma calculadora enorme, digitar uns números e devolver a frase “é o meu recorde de emagrecimento em uma semana: 6,5kg!”.
Como assim? Eu emagreci 6,5kg? Comendo tudo isso que o disco dizia para eu comer, ainda emagreci 6,5kg?
E assim, eu passei a ser chamado de o “garoto propaganda” da Rute e tive um momento de orgulho de mim mesmo.
Sábado, dia 15, farei minha primeira pesagem nesta minha volta ao método. 6,5kg é algo improvável, mas a esperança, quero dizer, a certeza, é de que independentemente de serem 10g ou 10kg, tomei a decisão certa de voltar para a Meta Real...

Vencendo desafios

Em 2007, trabalhei na organização do evento de fim de ano para uma empresa. Como é de costume, foi contratado um palestrante para passar mensagens de motivação aos presentes ao evento. O escolhido para aquele ano foi Waldemar Niclevicz, o primeiro brasileiro a chegar ao topo do Everest.
Quando eu cito Niclevicz, é muito comum ouvir falar “que esporte besta é esse? Por que se arriscar para subir uma montanha?”. E Niclevicz, um cara muito bacana para bater papo e trocar ideias, dá a resposta mais ou menos assim: “Porque, apesar de ter o conforto de viver nas planícies, com riachos e árvores frutíferas, eu quero vencer desafios...”
Viver na zona de conforto, sem desafios, é viver sem evolução. Conviver com uma situação, sem buscar mudanças, é se sujeitar ao “destino”. É estar vivo, só porque não se está morto. Sem isso, não se descobre o próprio potencial.
O pico que eu vou escalar eu já sei. E você?

Vale a pena conferir o site desse "maluco genial" e inspirar-se a buscar suas próprias conquistas: www.niclevicz.com.br

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Você come o que você é

Na primeira vez que emagreci os quase 50kg, a Rute Helena (olha o merchan: http://emagrecereatitude.blogspot.com/) sugeriu que eu escrevesse um livro.
Ainda acho que não é para tanto, afinal olha eu aqui de novo querendo emagrecer.
Mesmo assim, a mente foi longe e já comecei a imaginar o título do livro e cheguei a:
VOCÊ COME O QUE VOCÊ É
Uma alusão à frase "você é o que você come", nome de um livro e de uma série de TV.
Por que eu cheguei a esse nome?
Quando eu vivenciei o emagrecimento da outra vez, algo que me impactou muito foi ver que a obesidade não é a doença em si. Tudo de negativo que ela trazia em relação à auto-estima e à saúde era um sintoma gritante de algo maior. Uma somatória de emoções, crenças e atitudes que me levam à compulsão por comer.
Fazer regime (mas a "reeducação alimentar" é diferente de regime) e emagrecer é muito fácil! - Como assim??? - São soluções temporárias... Ir à raiz e entender quem eu sou e o que me faz fazer o que eu faço, isso sim é importante!
Enquanto não encontro as respostas sobre essas emoções, crenças e atitudes, sigo sim buscando o meu objetivo: emagrecer...
A Meta Real me ajuda muito, tanto a emagrecer quanto a achar respostas (olha o merchan de novo: http://www.metareal.com.br/).

Nota: quem sabe, ao realizar o Projeto 85, eu transforme a vivência em um livro ou vá ao Jô Soares compartilhar com mais pessoas as experiências. Se alguém conhecer um editor ou um contato na Globo, eu topo o desafio! Já imaginou a conversa do gordo com o ex-gordo? Então, um beijo do futuro ex-gordo!

Mensagem a você

Cada novo seguidor...
Cada comentário postado no blog...
Cada e-mail enviado...
Cada caso compartilhado...
Cada mensagem de apoio...
Cada visita feita...
Cada pessoa que se aproxima...

O blog é um recém-nascido, mas tem ido muito bem.
Muito desse início satisfatório se dá graças a cada um de vocês que pararam alguns segundos do seu dia para ouvir com os olhos o que eu tenho a dizer.
Para ser um sucesso completo faltam duas coisas:
1) Corresponder às expectativas e ser eficiente no emagrecimento.
2) Responder decentemente a cada gesto de carinho e atenção que eu tenho recebido.

Em breve, isso se resolverá e o blog Projeto 85 será um sucesso completo.

Obrigado, de coração, a todos vocês!

Fome física

No post Dedicatória, além de citar Machado de Assis (poxa... ninguém entendeu a “homenagem”...) falei sobre a fome física.
O que é fome física?
É quando o sensor do seu tanque de combustível (no caso, seu estômago) avisa que está na hora de abastecer (ou seja, de alimentar-se).
Nutricionistas dizem que o período para este sensor disparar é algo em torno de 5 horas após a última refeição.
Quando o sensor está desregulado (por exemplo, comemos a qualquer hora, sem critério), ou quando dispara alarmes falsos (no caso de “fome emocional” ou “fome condicionada”) buscamos abastecer sem precisar.
A fome física, aquela com a função de nutrir, é uma forma de respeitar a verdadeira necessidade do corpo. Vale a pena treinar para ouvir o nosso sensor interno.

Brigando com bêbado

Meu pai tem um pensamento que eu considero excelente:
Não tem nada pior do que brigar com bêbado.
Se você apanhar vão dizer “Ihhhh... apanhou de um bêbado”.
E se você bater vão dizer “Grande coisa... bateu em um bêbado”.

Brigar com bêbado não traz vantagens. Só o risco de desvantagens.
Penso que muitas vezes escolho ser o bêbado para tirar dos meus ombros a obrigação de ter que ganhar. Então, será que ser obeso foi uma escolha (mesmo que inconsciente) para fugir de responsabilidades?

domingo, 9 de janeiro de 2011

Conversas internas II

Lá vem a voz da minha cabeça falando comigo de novo:
_ Everton – ela diz – O que ´tá acontecendo? Estamos morrendo?
_ Não – respondo – É só um processo de reeducação alimentar.

É mais ou menos isso que acontece quando a gente começa a emagrecer. O corpo, em especial o cérebro, pensa que estamos morrendo.
É natural, afinal, ele se acostumou a receber muita comida que, ao ver a quantidade diminuir, ele fica perdido. Pensando na sobrevivência, ele acha que emagrecer é passar necessidade e correr risco de morte, e vendo por esse mesmo prisma, engordar é positivo.

_ Ah é? Vai ter menos comida aqui? Então vou fazer que nem fábrica; vou cortar custos! Ou seja, vou desacelerar o metabolismo e economizar energia porque não sei o que vai acontecer daqui pra frente.

Para piorar, se eu tentar uma dessas dietas loucas e sem sentido, do tipo Shake ou cortar todo o carboidrato, não vou satisfazer as necessidades do meu corpo. Em conjunto com o meu cérebro, ele vai trabalhar para eu sentir fome (lembra da fórmula? Se eu aumentar a necessidade, vou aumentar a motivação para comer) enviando sinais fora de hora ou gerando a compulsão.

Como um bom Libriano, prefiro acordos a conflitos.
Suprindo o corpo com as necessidades que ele precisa (carboidratos, proteínas, fibras e gorduras de forma balanceada e quantidade moderada) terei o suficiente para reeducar o cérebro e o corpo até chegar ao meu objetivo.
Também posso estabelecer atividades físicas, como longos passeios a pé, para forçar o meu corpo a manter ou aumentar o metabolismo e a queima calórica. É bom para o meu corpo, para o meu cérebro e para mim!

Dieta básica de 12.000 calorias

Café da manhã: 3 sanduíches com ovo frito, queijo, alface, tomate, cebolas fritas e maionese; 3 xícaras de café, 1 omelete com 5 ovos; 1 tigela de cereais; 3 fatias de torradas com açúcar; e 3 panquecas de chocolate.
Almoço: 500g de macarrão; 2 sanduíches grandes de queijo com presunto e maionese; 1 copo de bebida energética (1.000 calorias).
Jantar: 500g de macarrão; 1 pizza inteira; 1 copo de bebida energética (1.000 calorias).

Esse é meu cardápio diário? Não... se eu fizer essa dieta chego fácil a 20@! O obeso que consome isso aí é Michael Phelps, nadador americano que tem simplesmente 11 medalhas de ouro em Olimpíadas!
Ele poderia dizer “todo mundo vê as pinga que eu tomo, mas não vê os tombos que eu levo”. Em outras palavras, falam do que ele come, mas não da energia que ele gasta treinando.
Cada um é cada um. Tenho que respeitar os meus limites, saber que o meu metabolismo é diferente e o meu estilo de vida, mais ainda.
Ele passa horas fazendo exercícios físicos para aumentar a resistência respiratória e desenvolver os músculos. Eu, em contrapartida, passo 3 horas dentro do carro para ir trabalhar e outras 12 horas em frente ao computador.
Pois é... Depois ainda pergunto “por que não posso comer um pacote de Passatempo sozinho?”...