segunda-feira, 27 de junho de 2011

Insegurança

Sei que é só uma fase. Mas, o que conta é sempre o momento. E o momento é de insegurança.
A confiança que me faz saber que vou conseguir chegar à minha meta é certeira e bem fundamentada.
A insegurança que me faz duvidar que conseguirei manter-me dessa forma dali em diante é um fantasma que nunca vi, mas que eu imagino que vai aparecer, assim que tudo isso acabar.
Deveria pensar que sobre amanhã eu penso quando hoje acabar. Resolvo antes o objetivo de chegar à minha meta, para então pensar como eu vou fazer para me policiar depois.
Dito assim, soa muito simples e fácil. O que se mostra diferente quando se coloca para funcionar.
Se eu estivesse seguro, conseguiria escrever algumas boas linhas sobre respostas que encontrei para lidar com isso. Mas não estou tão seguro assim.
Agora fico pensando que talvez não seja só uma fase. 
É agora que eu mostro que sei mudar de verdade...

Sustos no caminho

Já esteve dirigindo por uma estrada tranquila?
Tudo vai tão bem que você chega a ponto de relaxar e se distrair. Uma distração perigosa.
Um carro vindo na outra direção, um buraco no seu caminho, um animal na pista... imprevistos que podem aparecer. A distração pode sim ser perigosa.
Se o imprevisto não causar mal, ele fica sendo apenas um susto. Pode ser aquela ajuda que faz com que volte a se concentrar no caminho.
Por outro lado, o imprevisto pode ser fatal.
A semana passada fiquei no susto. A diferença no peso, corrigida já nesta semana, me fez definitivamente voltar aos eixos. 
Por quanto tempo, eu não sei.

Quase lá (de novo)

Opa! Quem achou que eu estava nocauteado se deu mal!
Desculpe-me se decepciono os urubus de plantão, mas eu reencontrei a trilha. Numa semana fazendo tudo como aprendi a mágica voltou a acontecer: 1,5kg! Voltei ao 86kg e, de novo, falta apenas 1kg – repito, 1kg!!! – para chegar à meta de 85kg.
Quem é que vai ser meu amigo e, ao invés de me dar parabéns, fazer a pergunta que realmente importa: Everton, por que você não continua sempre assim?

P.S.: eu sei... eu estou devendo foto...

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Doce tentação

Um delicioso pedaço de bolo de cenoura com uma provocante cobertura de chocolate delicadamente desenhada com enfeites que tornam os olhos famintos. Acompanhando esta tentação doce, duas bolas de sorvete de creme se enamoram com uma calda de chocolate perfeitamente acomodada sobre a delícia gelada. O contraste bianconero se faz completo de forma tricolor por uma framboesa, que se afunda na calda como uma jóia exibida àqueles que amam harmonia e beleza. A vista ainda paquera toda esta pintura renascentista, quando conseguimos perceber um pequeno suspiro erguendo mais um pouco de calda de chocolate para trazer um equilíbrio vitruviano a uma tela branca de porcelana. Para assinar o quadro, mais calda de chocolate nos cantos do prato desenham delicados rococós.

O nome da Obra? Não sei como a artista vai chamá-lo. Talvez Dolce Tentazione, Pane e Gelato, Regalina... ou um outro nome em italiano para estar em acordo com La Foresta, o charmoso café no Centro Comercial de Alphaville.
Carinhosamente preparado pela proprietária, Suzy, este playground de sabores só não é mais delicioso que a simpatia do atendimento. Além das duas filhas – mais bonitas que qualquer prato que a Suzy possa preparar – o time de atendentes me trata como um amigo de longa data, respeitando a privacidade e exibindo sorrisos sinceros.
Perfeitamente encaixado, cada detalhe tem sua razão de ser não fosse uma observação: o que este post faz aqui? Por que a foto de um bolo com sorvete aparece neste blog? Como isso pode ajudar alguém que quer emagrecer?
Em primeiro lugar, vamos lembrar que cafés, docerias, restaurantes, supermercados, festas e inúmeras outras formas de tentação continuarão existindo. A menos que sejamos trancados em uma cela com barras de aço, vamos continuar convivendo com esses “templos profanos” para quem busca emagrecer. A questão é que somos nós que decidimos cair ou não no canto da sereia. Eu frequento o La Foresta e, tirando este prato, consigo manter o meu foco: a Suzy, mimando este cliente de forma exagerada, prepara uma fruta especialmente para acompanhar minhas refeições tornando-as equilibradas e balanceadas.
Alguns desses lugares são excelentes locais para bater papo, ler um livro, marcar encontros ou, simplesmente, dar uma pausa na agitação do dia. Se vamos optar por um pão de forma com salmão, cream cheese e rúcula (outra especialidade da Suzy) ou ficar devorando várias frituras, cabe ao nosso livre arbítrio.
Também, devemos ter em mente que sorvete, bolo, churrasco, pão, pizza, chocolate, cerveja... enfim, aquelas delícias chamadas de heresias pelos regimes populares, são alimentos sim! Se forem consumidos, devem ser feitos de forma controlada, dando preferência a itens mais saudáveis. Ali mesmo, no La Foresta, há uma taça que serviria muito bem para um suntuoso sundae, mas que deu lugar a uma salada de alface, rúcula, cenoura e beterraba decorada com carambola e algumas frutas secas.
É claro que este meu almoço foi um exagero, mas aos poucos, mesmo que de forma tardia, vou aprendendo a conviver pacificamente com essas tentações. Algumas ainda são difíceis de impedir o exagero, mas também é uma questão de tempo até entender como isso pode ser melhor administrado sem trazer prejuízos à minha saúde.

Para quem tiver a oportunidade de passar por Alphaville, fica a dica:
La Foresta Cafeteria
Calçada das Rosas, 20
No Centro Comercial de Alphaville
Seja para um Espresso, um brigadeiro de colher ou um lombinho assado com batatas gratinadas, o charme e a simpatia da Suzy valem a experiência.

domingo, 19 de junho de 2011

Normalmente, cada novo post aqui é informado por mim no Facebook, divulgando para amigos e parentes meu projeto 85.
Nesta semana, a pessoa que administra o perfil Meta Real no Facebook divulgou meu blog e me parabenizou pelas conquistas.
Uau! Senti como se fosse operário em uma fábrica e alguém dissesse “ei, a diretoria falou sobre você”.
Mais um incentivo para voltar a fazer bonito aqui no blog e na balança!
Aproveito este espaço para agradecer à Meta Real, sua idealizadora Maria Eliza Zuccon e os orientadores Rute Helena e Luiz Henrique. Um agradecimento especial à pessoa responsável pela Meta Real no Facebook.

Juntando os cacos

Juntando cacos

Não foi só do blog que estive ausente ultimamente. Havia perdido o foco também em relação às palestras. Enfim, estava derrapando geral no meu objetivo.
Após faltar 3 semanas seguidas, voltei às palestras e tive uma notícia ruim: regredi e agora estou a 2,5kg do meu objetivo.
Nada catastrófico, eu sei. Considero que cheguei à forma que eu gostaria. Daqui para frente, penso na manutenção desta forma, ajustando postura (sessões de RPG vão me ajudar nisso) e definindo melhor a musculatura (com academia ou até mesmo um esporte). Mas a base é esta.
Porém, tem dois aspectos que ainda me fazem pensar.
Apesar da balança ser um referencial, só vou me sentir em paz quando vir a Dona Filizola marcando 85kg ou menos. Não adianta! Só assim para meu cérebro entender “você teve um objetivo e chegou nele”. Então, aguardem: vou continuar buscando o meu objetivo!
Outro ponto, e este sim é bem preocupante para mim, é a questão de como ainda me considero imaturo no que dz respeito a incorporar os hábitos saudáveis da Meta Real. Em 21 dias foram 1,5kg!
Será que preciso ter alguém me vigiando diariamente por toda a eternidade?
Ainda não há motivo para pânico, mas preciso refletir melhor sobre isso.

Como ficou faltando no post que mostrei fotos antigas, segue uma foto mais recente. Durante a semana, tirarei outra e, de forma bem Narcisista eu vou poder mostrar as comparações com as fotos antigas. Aproveito e também vou contar a história engraçada sobre esta foto. Aguardem!

quarta-feira, 15 de junho de 2011

O peso do passado

Quando eu falo para as pessoas que emagreci 50kg, que cheguei a pesar mais de 137kg e que durante a minha vida toda eu tinha sido gordinho, o que eu ouço são congratulações pela minha força de vontade.
Geralmente, também vejo a surpresa por parte das pessoas. Primeiro, porque parece que é difícil acreditar que consegui essa façanha apenas com a disciplina, sem remédios ou cirurgias. Segundo, porque muitos não conseguem imaginar que eu já fui bem obeso.
Na minha cabeça, as coisas funcionam um pouco diferente.
Eu ainda não acostumei com a imagem que tenho hoje. É meio maluco dizer isso, mas apesar de olhar no espelho e ver uma pessoa que está dentro de uma faixa de peso legal, eu penso em mim mesmo como aquele gordinho de antes.
Além disso, tenho muita resistência em querer ver fotos minhas antigas. Na verdade, chega a me causar uma sensação ruim olhar para fotos antigas e lembrar como eu estava. É uma mistura estranha de asco, dó, raiva... algo bem difícil de explicar.
Por mais que seja complicado para mim, resolvi postar algumas fotos que mostram como eu estava:


Um dos trabalhos que eu tenho hoje é de dar um novo significado para essas fotos. O que eu batalho para conseguir é aceitar o que eu fui, aceitar o que eu sou e, principalmente, pensar em todo esse processo como uma vitória.
Fácil não é. Mas quando eu conseguir, vai me fazer um bem enorme.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Foco

Indo na onda do Chico Buarque, eu gosto de dizer “Deus é um cara gozador”. É incrível como os acontecimentos vão ocorrendo. Alguém lá em cima deve estar rindo muito!
O último exemplo, aconteceu neste domingo. 
Quem acompanhou o GP do Canada, além de ter visto uma corrida incrível, pode ter uma aula sobre foco.
Para quem não assistiu, um breve resumo: o alemão Sebastian Vettel, após ter sido pole position e ter liderado a prova durante 69 voltas, cometeu um erro na ultima volta permitindo que inglês Jenson Button o ultrapassasse.
Que lição! Que recado importante pra mim! Depois de ter ouvido várias vezes sobre "ter foco", "não derrapar no final", "atingir a linha de chegada", vem mais essa lição!?
O meu projeto - chegar aos 85kg - ainda esta em andamento. Até aqui, tudo ocorreu muito bem. Tão bem que a certeza de chegar ao sucesso me fez perder o foco!
Assim como Vettel, acredito que posso cometer um erro na ultima volta. Posso derrapar no momento mais importante da corrida, a poucos metros do final.
No meu caso, ao invés de ser ultrapassado pelo segundo colocado, posso perder para mim mesmo. Posso sair do trilho e nunca mais voltar.
Então, que tal limpar a mente e me concentrar no meu projeto? Volto a focar no meu objetivo e, enfim, chegar à minha meta.

Fôlego final

Uau! Nem lembro a ultima vez que estive por aqui. Muitas semanas se passaram...
Neste  tempo, muitas pessoas entraram em contato querendo saber “e o blog?”.
Estive envolvido em um curso na GV, o que andou tomando uma grande parte do meu tempo. Valeu a pena. Foi bom reciclar umas ideias e terminar com uma puta nota: 9,7! (Fê, você estava certa. Tenho que aproveitar melhor os 143 pontos na escala Terman...)
Dizer que o curso foi a única razão para essa longa ausência seria falta de vergonha da minha parte. Até porque, neste período, continuei com o meu projeto, cheguei aos 86kg e fiquei a 1kg do meu objetivo!
Acredito que a certeza de que eu posso chegar ao objetivo me fez relaxar. E essa prepotência me fez empacar.
Então, antes que eu perca o rumo, e até porque quero transformar este blog em um livro, nada melhor do que voltar a me concentrar no meu projeto. 
Vamos lá! É hora de voltar à ativa! Falta pouco!

terça-feira, 5 de abril de 2011

Sonhos

A nossa cultura sempre valorizou pessoas trabalhadoras e condenou o ócio e a preguiça. Por consequência, dormir é associado à vagabundagem e à vadiagem. Respeito é para ser exclusivo àqueles que dormem pouco e trabalham de madrugada.
O sonho está intimamente ligado ao ato de dormir. Ou seja, para sonhar é preciso dormir.
Mas para que serve o sonho?
A mesma cultura que considera que sofrimento e dignidade caminham juntas, diz que sonhos são alertas e previsões proféticas. Não vou entrar em discussões de credo aqui, mas prefiro pensar em algo mais concreto, se é que dá para ser concreto falando em sonhos...
O sono envolve 4 estágios que se diferenciam pelas ondas cerebrais. No 4º estágio, em que o cérebro está em atividade delta (emitindo uma freqüência na faixa de 3,5Hz), ocorrem interrupções de atividade teta (frequência que chega até 7Hz) num fenômeno conhecido por sono REM – não é a banda, mas sim a sigla em inglês para Movimento Rápido do Olho.
Para entender o que é isso, dá para imaginar o cérebro como um armário com uma gaveta destinada às suas roupas e outra gaveta destinada a roupas que você ainda não sabe se vai ficar com elas.
O sonho, nada mais é do que a passagem das roupas que você não sabia se ia ficar com elas (memórias de curto prazo, como uma conta que você está calculando, um problema que você está resolvendo, um trabalho que você está fazendo, um livro que você está lendo) para a gaveta das roupas do dia a dia (memórias de longo prazo, como saber tabuada, andar de bicicleta ou qualquer outro hábito ou aprendizado).
Abrir mão de boas horas de sono é privar-se da capacidade de transformar em aprendizado uma experiência ou uma vivência. Sonhar realmente faz bem.

Eu sei... tudo isso dito por alguém que não vem dormindo mais do que 5 horas por dia. Eu sei... preciso mudar isso também.

Mais algumas dicas para aqueles que gostam de falar que dormir é frescura: fraqueza; diminuição do tônus muscular; irritabilidade; envelhecimento precoce; desatenção; perda da memória; redução na capacidade de raciocinar, planejar, criar e executar; comprometimento do sistema imunológico e grande possibilidade de desenvolver diabetes, doenças cardiovasculares, gastro-intestinais e OBESIDADE!
E aí!? Continua achando bonito ser workaholic?

Carona nas oportunidades

Já ouviu falar que o chineses têm a mesma palavra para se referir à crise quanto para a oportunidade?
Minha crise começou quando recebi uma carta do serviço de trânsito municipal comunicando que, depois de tomar algumas multas, eu havia perdido a permissão para dirigir.
No momento o que mais preocupava era como eu ia conseguir trabalhar? O trajeto São Bernardo – Alphaville não é simples. E para complicar mais ainda, na minha área existe uma regra (que eu considero ridícula) que diz “não temos hora para entrar e, menos ainda, para sair”.
Transporte público? Carona? Ônibus fretado? Mas como se eu nunca sei que hora vou sair? Poderia pedir férias e ficar em casa até conseguir retomar minha carteira de habilitação... o que eu faço?
Se tem algo que o emagrecimento me ensinou foi que ficar sofrendo sem tomar uma atitude é algo totalmente inútil. Vivi anos e anos com problemas porque estava acima do peso mas não fazia nada a respeito. Com isso, o problema só foi aumentando de tamanho literalmente.
Então vamos lá! Nada de ficar com dó de mim mesmo. Entreguei a carta de habilitação e encarei o desafio. Após tentar algumas alternativas, organizei o que considerava o mais adequado para o momento.
- Acordava às 5h.
- Pegava um ônibus às 5h40.
- Chegava à estação de metrô às 6h.
- De metrô, seguia até uma outra estação onde pegava um ônibus executivo às 6h30.
- Chegava ao escritório em Alphaville às 7h30.
- Quando chega às 20h, pegava um ônibus que iniciava o caminho inverso, chegando em casa por volta das 22h30.
- Banho, jantar e um tempinho resolvendo algumas questões pessoais... por volta da meia-noite estava na cama pronto para dormir menos de 5 horas por noite.
Por favor, não me inveje...

Na semana passada, recuperei a permissão para dirigir. Mas quer saber? Vou continuar seguindo esta programação: acordo às 5h e, vindo de carro, chego ao escritório às 6h30!
Masoquismo? Não... é que descobri aí uma oportunidade.
Chegar cedo à agência parece ser mais produtivo porque o silêncio facilita o meu trabalho. Consigo chegar aqui, ler, estudar, trabalhar e até postar no blog! Reduzo o trânsito pela manhã e crio uma disciplina de me estabelecer um horário para entrar e sair, o que era impossível com a crença de que em agência de propaganda é bonito trabalhar até de madrugada...

Há umas semanas, me escreveram dizendo que as coisas acontecem por uma razão. Que pode ser que as coisas não sejam do jeito que queríamos, mas que aquilo sempre vem para o nosso melhor.
Não acredito nisso! Mas acredito que se soubermos lutar e buscar nossos objetivos, vamos enxergar novas oportunidades ao invés de nos rendermos às crises.

Semana 12 – Ainda na luta

Olha só quem voltou! Após duas semanas de ausência, estou aqui postando novamente no blog.
Desânimo? Desistência? Desprezo? Nada disso! Continuo na luta, agora mais perto do objetivo: faltam 4,6kg! No acumulado de duas semanas foram 2,2kg. 700g na semana anterior e 1,5kg nesta aqui.
Então qual a razão deste sumiço? Falta de tempo, simples assim...
Não que eu tenha deixado o meu projeto pessoal de lado, desistido de escrever o livro ou ir ao Programa do Jô Soares, mas temos que fazer escolhas a todo momento (quando a gente reavalia a vida, sabe como isso é verdade...) e tem horas que compromissos - como o trabalho - falam mais alto.
Estou aqui e agradeço por você estar aí! Vamos que vamos... agora falta pouco!

Números da semana:
Peso oficial: 89,6kg
Já foram: 19,4kg em 12 semanas
Faltam: 6,8kg

Cadê a foto? Essa eu fico devendo... talvez durante a semana. Sorry...

domingo, 20 de março de 2011

Passando mal

Todo mundo associa o ato de comer à sensação de prazer. Isso é claro e simples de entender, uma vez que o cérebro produz a sensação de satisfação, fazendo com que a gente busque comer para não morrer de fome.
A questão é: quando esse prazer se torna um problema? Quando nos preocupamos mais com o prazer de comer e deixamos de pensar na dor do abuso?
Tenho uma história que ilustra bem isso. Aconteceu quando eu, antes de entrar para a Meta Real, dei carona para uma amiga.
Na noite anterior, havia me deliciado com bifes à milanesa, devidamente empanados e engordurados. O meu corpo estaria satisfeito e bem alimentado com um bife. Mas a compulsão não respeita essas regras e fui mais longe. Não sei dizer quantos bifes comi naquela noite. Só sei que, na manhã seguinte, acordei com uma sensação estranha. Mas, como havia combinado um horário com minha amiga, não podia perder tempo. Tinha que correr para buscá-la.
No caminho, já comecei a sentir uma coisa estranha. Um enjoo misturado com um desconforto abdominal. Talvez precisasse parar para ir a um banheiro, mas achei q era algo momentâneo, então continuei.
Como se fosse mágica, no momento em que minha amiga entrou no carro, aquelas sensações tomaram forma. O enjoo começou gritar dentro de mim, transformando-se na necessidade de vomitar. E aquele desconforto abdominal me fez entender que havia algo de errado nos meus intestinos, se é que você me entende...
O que fazer? Não ia poder dizer para uma mocinha que eu precisava parar para ir ao banheiro. Não seria britânico da minha parte! O certo, de acordo com a minha crença, era ser forte e seguir viagem.
No caminho, o suor gelado corria solto enquanto eu tentava pensar numa solução ou no melhor caminho para evitar trânsito. Minha amiga, alheia a tudo aquilo, falava como se espera numa relação entre duas pessoas.
_ Eu trouxe suco, você quer?
_ Não.
_ Meu cunhado tem ingressos para a feira do automóvel, você quer?
_ Não.
_ Você gosta de...
_ Não.
Depois de algumas tentativas, quando estávamos no meio do caminho, ela não agüentou e disse:
_ Você não fala muito, né?
E eu tive que dizer a verdade:
_ Sabe o que é, eu acordei mal hoje. Estou com muito enjôo e passando mal por conta do que eu comi ontem à noite. Estou pensando se paro no meio do caminho, se volto para casa ou tento chegar na agência...
Pronto! Ficou pior se eu tivesse feito algo logo no começo do mal estar... Mas agora era tarde demais. Devia correr para chegar o quanto o antes ao nosso destino.
Os 50 minutos do percurso pareceram um fim de semana inteiro para mim e meus intestinos! Mas consegui me salvar.
De qualquer forma, fiquei pensando “por quê?”. Por que eu como mais do que eu preciso? Por que eu fico me fazendo passar mal? Por que eu corro o risco de passar um vexame público sendo que não precisaria nada daquilo?
Vou lembrar esta história para evitar repetir abusos como aquele e sofrimentos como no dia seguinte.

Feliz Saint Patrick´s Day

Quando comecei em propaganda, ouvia dizer que a propaganda não cria necessidades, mas sim, trabalha em cima de necessidades existente. Os executivos de marketing têm um mérito que não se pode negar. Saber transformar uma necessidade em um hábito é um exercício feito com maestria.
Saint Patrick´s Day é um exemplo. O dia de São Patrício é uma celebração tipicamente irlandesa – São Patrício é o padroeiro da Irlanda e a quem é atribuída a conversão dos irlandeses em cristãos - comemorada com muita cerveja.
Até aí, nada a ver com o Brasil, certo? Porém, não dá para negar que temos um potencial incrível para o consumo de cerveja. Então, ano após ano, a festa do dia 17 de março vem sendo cada vez mais divulgada.
Para quem pensa em reeducação alimentar, quem tem o objetivo de emagrecer e quem se expõe em um blog que acompanha seus passos, o St. Patrick´s devia ser só mais um dia.
Pois é... mas não foi assim. Saindo do trabalho nesta última quinta-feira, e ainda sem carro, me encaminhei até um pub em São Bernardo (o Liverpool – até o nome tem tudo a ver comigo) e fui para tomar um pint (medida que equivale a 568ml) de Guinness (a cerveja mais tradicional da Irlanda e a minha preferida). Chegando lá, uma banda tocava uma seleção de músicas que parecia uma lista criada por mim – Beatles, Smiths, Cure, Depeche, New Order, U2... Para somar, uma incrível promoção – o pint que costuma custar uns R$20,00 estava por R$10,00! E na compra de 3 pints, uma camiseta Guinness!
Já dá para perceber que eu deslizei, não é? Ao final da noite, foram 4 pints...
A punição veio: o desempenho não tão excelente é resultado dessas cervejas a mais. Então, já fu castigado e não vou ficar me torturando. Aproveitei a noite, voltei a ser britânico por uns instantes e fiz o abuso conscientemente.
Se ficou algum arrependimento? Sim... deveria ter pego uma camiseta M. A camiseta G ficou grande...

Semana 10 – Caminhando pra frente

Ao completar a 10ª semana na Meta Real, tive um desempenho abaixo da minha média. 700g não é o melhor dos mundos, mas considero importante porque foram mais uns gramas embora.
Até porque sei onde esteve a falha desta semana: Saint Patrick´s Day! No próximo post, falo mais sobre este deslize...
O objetivo está se aproximando, mas pensando em termos gerais, sei que tenho que ficar atento para não perder o foco. Mudar hábitos antigos que não servem mais: este é o foco!

Números da semana:
Peso oficial: 91,8kg
Já foram: 17,2kg em 10 semanas
Faltam: 6,8kg

Eu vejo muita diferença do começo até agora. E você?

domingo, 13 de março de 2011

Dois inimigos


14 dias desde a última pesagem... 14 dias frente a frente com dois inimigos esperando a guarda baixar para me apunhalar.

Um chegou fantasiado de bom amigo. Sorrindo e dizendo “a vida é para ser vivida”. Nas mãos trazia cerveja, pizza, chocolates e outros presentes para mostrar que sua intenção era de ser gente boa.
O nome dele? Carnaval!
Ele conseguiu o que queria? Em alguns momentos sim... um copo de uísque, um saco de pipoca, um lanchinho no meio da noite... mas no final, eu percebi que aquela amizade não ia me fazer bem. Que eu podia me sentir bem de outras formas. Pisei na bola, mas me conscientizei a tempo e voltei para o meu caminho.

O outro inimigo atende por nome de baixo astral. Ele não tentou disfarçar nada. Chegou dizendo que tudo era ruim e que o objetivo dele não era me fazer feliz. Pelo contrário: ele estava ali para lembrar de cada fracasso que eu tive.
Ele fez o seu trabalho bem feito. Cheguei a pensar que não nasci para ganhar em nada. Que por mais que eu tente, sempre vou perder. “Pra que tentar emagrecer se nada vai mudar na sua vida?”. Quase foi o fim deste blog, deste projeto e das conquistas que eu sonhava. Quase mesmo...

Não sei bem como aconteceu, mas lembrei de cada recado aqui.
Lembrei de gente que nem me conhece e me agradece por ajudar ao contar minha história.
Lembrei de cada pessoa que me vê e diz “e aí, como está indo o emagrecimento? Parabéns! Você está indo muito bem! Que dedicação!”.
Lembrei da Rute e do quanto ela confia em mim.
Lembrei do Luiz empolgado me citando como exemplo.
Lembrei daquilo que eu AINDA nem conquistei mas que virá.

No final, passei por mais essa... ganhei e vamos em frente.

Semana 09 – 16,5kg e querendo mais!

Neste sábado, 14 dias após a última pesagem, mais uma boa notícia: 2,3kg eliminados!
Minha primeira pesagem foi dia 8 de janeiro. 63 dias depois, sou uma pessoa com 16,5kg a menos. Cheguei a 92,5kg. Faltam 7,5kg para o meu objetivo!
A dúvida é qual o melhor ponto de vista? Com qual mensagem o cérebro vai se sentir mais estimulado?
Se eu falar sobre os 16,5kg que já foram vai ser legal porque ele vai entender que os resultados estão vindo.
Se eu falar que faltam 7,5kg, ele vai se animar sabendo que falta pouco!
Se eu disser que até o final de abril eu posso estar no meu objetivo, ele vai se motivar para ir cada vez mais rápido.
Sei lá... Ainda tem outras formas de me incentivar. O importante é ficar dizendo para mim mesmo: “Eu sou f...!”.

Ah! Passadas aquelas nuvens cinzas, voltei com fotos!

Peso oficial:
92,5kg

Já dá para notar a diferença?

Perdas sem danos

Na vida é preciso ter maturidade para saber que nem sempre se ganha. Saber que nada nem ninguém é eterno. Saber que tudo deve passar.
É bem difícil entender isso. E mais difícil ainda é conviver bem com isso. Não importa há quanto tempo ou quantas vezes aconteceu comigo, é algo que eu ainda não sei lidar.
Nos últimos dias passei por “perdas” e, como sempre, elas deixam uma sensação de vazio.

Meu amigo e ex-dupla, Luiz (ou Pilha), trocou de emprego. É um cara que pode parecer ter tolerância zero, mas que na verdade sabe o que quer, sabe quais pessoas ele gosta e que não se importa em fazer tipo.
Tiago, um outro camarada que esteve comigo no show do Paul McCartney e com quem eu conversava bastante sobre esses lances de comportamento, também trocou de emprego.
Roger, um amigão de bate-papo e de conversas no café, que tem muita experiência na área e sabe analisar muito bem o ambiente de uma agência criativa, saiu também.
Paul, o Pow, é o que eu menos conversei desses, mas é um “mano” nota 10, fica só por mais esta semana! Não tomamos aquela cerveja juntos (por enquanto, nem daria mesmo), mas vai fazer muita falta ali.

Em mais de 10 anos de profissão, já passei por isso incontáveis vezes. Gente que sai para um outro emprego... gente que foi mandada embora... sempre fica um vazio.
O que eu tenho que aprender com isso? Que não posso temer mudanças nem detê-las. E que apesar da sensação estranha que fica, preciso lembrar que virá algo melhor para essas pessoas. Só assim posso passar por perdas sem sofrer danos.

Pilha, Tiago, Roger, Pow... boa sorte para todos nós!

terça-feira, 8 de março de 2011

Essa tal de Meta Real

“Ela é igual aos Vigilantes do Peso?”.
Não sei dizer. Na verdade não conheço outros programas de emagrecimento. O que sei é que a Meta Real tem um processo que é muito lógico. E para mim funcionou.
Me(método)ta(tático) Re(reabilitação)Al(alimentar). Não sou fã desses jogos de letras, mas sei como essa nomenclatura é verdadeira. Caso você não conheça minha história, em uma outra oportunidade havia emagrecido 49,9kg com a Meta Real. Então sei como é verdadeira!
Mas o que é essa tal de Meta Real?
O que segue, não é uma explicação oficial vinda da empresa Meta Real, mas é uma forma para que eu explique como vejo o método e entender como funciona. Ou seja, o segredo de se emagrecer rápido e de forma correta!
Basicamente, faço as seguintes perguntas para a Meta Real: O quê? Quanto? Quando? Como? E por quê?

P: O que comer?
R: O nosso corpo precisa de 51 nutrientes para ter um funcionamento saudável. O cardápio da Meta me traz carboidratos, proteínas, fibras e gorduras em todas as refeições para suprir a necessidade desses nutrientes. Aqui tem praticamente de tudo, do básico (arroz, feijão, carne e salada) ao “profano” (pizza, cerveja, Nutella e até brigadeiro). Tudo com muita sensatez.

P: Quanto comer?
R: A quantidade de cada alimento é algo bem detalhado, que precisaria ser visto com mais cuidado. A Meta ensinou não ficar contando calorias, mas para se ter uma ideia, a soma diária das minhas refeições fica em torno de 1.500 calorias. Não é pouco, mas é bem menos do que eu costumava consumir em épocas de descontrole. De qualquer modo, não passo fome!

P: Quando comer?
R: Tem uma lenda que diz que devemos comer de 3 em 3 horas. A idéia da Meta é manter um intervalo de, no mínimo, 5 horas pra que essas pequenas refeições de 3 horas não se transformem em grandes ceias! Também procura-se evitar que esse intervalo ultrapasse a 6 horas, o suficiente para não passar o dia sentado à mesa, nem chegar à refeição querendo devorar um boi!

P: Como comer?
R.: O conselho da Meta Real é mastigar devidamente cada alimento, respeitando o tempo de 20 minutos para cada refeição (nem muito abaixo, nem muito acima). Eu acrescento a tudo isso, evitar conversas longas enquanto estou à mesa. Quem me conhece, sabe o quanto eu fujo de histórias longas, locais barulhentos e lugares cheios no almoço...

P: Por que comer?
R: É esta pergunta que acredito que esconde o segredo! Se a ansiedade, a carência, a tristeza, a raiva, o tédio etc. confundem minha cabeça, fazendo me achar que eu preciso comer, devo combater esse mal em duas frentes: controlar os motivos dessas emoções e, principalmente, os gatilhos que essas emoções disparam me levando à compulsão.

É claro que tudo isso aqui é um resumo. Nem sei se tenho direito de falar ou explicar sobre a Meta Real. De qualquer forma, quem se interessar pelo método, vale a pena acessar o site (www.metareal.com.br) ou ligar (11)5572-2611/(11)4438-6424. Veja o horário e o local que melhor convém. Numa conversa com o orientador ou orientadora já vai ser possível entender melhor como a Meta Real funciona e que vale a pena seguir o método.

Permissão para sorrir

Paul Ekman é um psicólogo que se destacou ao estudar uma tribo na Papua Nova Guiné que vivia isolada da civilização. Ele descobriu que a felicidade demonstrada na face de um indivíduo daquela tribo era a mesma demonstrada por um habitante de Nova Iorque, de Pequim, de Roma, de São Paulo... o mesmo valia para a tristeza, a raiva, o medo, o espanto e o asco... enfim, ele descobriu que a fisiologia que acompanha uma emoção é universal!
A partir daí, em um novo estudo, Ekman passou a traçar as características na face que indicavam cada uma das emoções que a pessoa estava sentindo. Ao mapear os músculos na face que estavam envolvidos em uma determinada emoção, Ekman passou a repetir as feições em frente ao espelho.

Para sua surpresa, após umas sessões fazendo caretas de tristeza, ele se sentia invadido por um pesar sem motivo aparente. Da mesma forma, após as sessões simulando alegria, a felicidade tomava conta dele.
O que dá para entender disso tudo é a possibilidade de mudar estados de humor mudando sua fisiologia.
Cabeça erguida, postura ereta, sorrisos sustentados mesmo sem haver uma razão... Fiz isso e é incrível! Passei a me sentir bem!
Se a ansiedade e a tristeza fazem parte dos gatilhos que disparam a fome por chocolates, pizzas, salgados, doces ou algo que não está de acordo com a fome física, alguns sorrisos podem ajudar.
E ajudou mesmo!

Comportamento profissional

Jerry Seinfeld, um comediante americano famoso pelos stand ups, disse:
“Francamente, não acredito que as pessoas pensem em seu escritório como um lugar de trabalho. Acho que pensam nele como uma mistura de papelaria com delicatessen. Você vai, leva os docinhos, os envelopes e o bloquinho, toma seis xícaras de café e vai para casa.”

Impossível dizer algo melhor!
Em meus tempos de descontrole, também via meu trabalho como uma forma de lanchonete. Minhas gavetas no trabalho pareciam um bunker esperando por uma guerra atômica, com biscoitos recheados e chocolates devidamente provisionados.
Quando eu decidia fazer regime, substituía tudo por torradas, biscoitos água e sal e qualquer coisa que estampasse na embalagem “diet” ou “light”. Quem adorava tudo isso eram as formigas!
O hábito de comer uma bolachinha na mesa de trabalho ia sendo consolidado de tal forma, que havia dias em que a fome (daquelas ligadas à ansiedade) só era saciada com algo mais turbinado: pão de queijo, coxinha, cookies...
E o ambiente das empresas favorece a comilança. Algumas disponibilizam máquinas e snacks. Outras são atendidas por vendedores ambulantes. Há aquelas que são rodeadas por bares e cafés que fornecem tudo para sustentar o “vício”. Todas armadilhas esperando por um descuido para levar ao caminho da engorda.
E as festas? Elas são particularmente engraçadas. Aqueles aniversários do mês, em que são celebrados todos os aniversariantes no último dia, mostram pessoas pegando bolo como se fosse uma horda de guerreiros mongóis atacando o inimigo.
Não faz o meu tipo. Mas confesso que festas de fim de ano são mais a minha cara: a bebida à vontade já me levou a subir no palco e dar um showzinho ao lado de uma banda cover dos Beatles, com direito a discurso com o meu sotaque “scouse” e dedicatória a uma garota na platéia...
Enfim, deslizes e vexames à parte, vale aqui aquele pensamento “onde se ganha pão, não se come a carne (nem biscoitos, chocolates, coxinhas...)”.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Luto

Tenho um amigo francês, de nome Hervé, que é uma figura incrível. Esotérico por essência, ele é chamado por bruxo! Psicologia, antropologia, astrologia, viagens astrais, ufologia, religiões esquecidas... tudo que não é do mundo racional, lá está o Hervé estudando e aprendendo.
Há uns anos, quando sua esposa faleceu, minha irmã foi visitá-lo, levando toda sua compaixão e empatia ao amigo que já tinha proporcionado horas e horas de conversas agradáveis. O comentário dele é algo que está sempre voltando à minha memória:

Hoje eu me permito o luto. Me permito sentir a tristeza. Me permito chorar. Mas amanhã, tenho uma filha para amar. Tenho uma neta que recém nasceu. Tenho minha vida para seguir.

Belas palavras. Fácil de repeti-las em um teclado de computador.
Na real, quando tudo acontece, toda a teoria se evapora. Todo o conhecimento é inútil. Por mais que a consciência fale alto, a emoção grita!
Nessas horas, o descontrole pode vir. Na forma de tristeza, frustração, desalento, solidão... todos caminhos para compulsão de comer. Como encarar momentos difíceis sem cair nessa? Não sei... não sou exemplo para ninguém.
Drummond, outro cara que parecia conhecer uma dimensão diferente da nossa, fechou seu poema “Viver não dói” com uma frase que repete a ideia do Hervé:

A dor é inevitável. O sofrimento é opcional.

Vamos lá! Já foram mais de 14kg! Foco! Reescrevendo a história todos os dias...

Comprando o meu sossego

Sem carro... impossibilitado de ir a todos os lugares, de fazer o que eu quero...
Para somar, a ansiedade ao nível máximo esperando a resposta de uma mensagem que não vinha nunca... a todo momento, consultando o facebook, o e-mail, o celular...
Neste período, experimentei umas sensações estranhas:
Um dia, passando pelo aeroporto, senti que merecia me dar de presente um café acompanhado de uma torta ou salgado. Pensei, mas não cedi à tentação.
No outro dia, voltando para casa, senti uma vontade enorme de ir a um supermercado e comprar amendoins e chocolate. Foi difícil, mas não fiz.
Na sexta, no auge dessa ansiedade, estava almoçando quando vi pessoas passando com pudim e outras sobremesas calóricas. Quase como enfeitiçado, ia me levantando para pegar um pedaço também, mas me controlei.
Depois disso, de volta ao escritório, vi uma oferte incrível de uma televisão maravilhosa. Precisava da TV? Não... mesmo assim, não perdi a oportunidade: comprei a TV. Quase instantaneamente, experimentei uma euforia fenomenal.
Como um milagre, a ansiedade foi aplacada. A compra de uma TV me deu o afago que eu esperava daquela mensagem.
Apesar de ter controlado a compulsão por comer, não me sinto orgulhoso. Afinal, como vai ser sempre que eu tiver uma questão. Vou comprar quantas TVs? Quantos perfumes, camisas, aparelhos eletrônicos... identificar a ansiedade foi um primeiro passo. Em breve, vou saber a dominá-la, sem medicamentos ou presentes. Só na consciência.

Enganando quem?


“Olha aquele gordo comendo? Por isso que ele está gordo deste jeito!”
As pessoas pensam isso de mim em toda festa. Pelo menos, era isso que passava pela minha cabeça.
Nas minhas crenças, eu tinha a convicção de que todos reparavam em mim e em minha obesidade. Nesta insanidade, eu fazia de tudo para que não ficassem pensando isso de mim. Então, aí começava minha mentira.
O plano era simples: se ninguém me visse comendo, ia parecer que a culpa não era minha por estar acima do peso. Como consequência, as pessoas poderiam até ter dó de mim – “coitado... não come nada e é gordo...”.
Não foram raras as vezes que ia a festas e, na volta para casa, procurava algum lugar 24 horas, como uma lanchonete ou supermercado para saciar a fome, comer pelo que não tinha comido e calar aquela tristeza com pães, doces e coisas gordurosas.
Com tudo isso, mentia para mim mesmo. As pessoas não estavam muito aí para o que eu fazia. Era eu que inventava os pensamentos das outras pessoas. Era eu que sofria duas vezes, me torturando ao não aproveitar os encontros e me machucando comendo por fatores emocionais.
Chega, né? Já estou pronto para virar esta página.

Pedras no caminho

Numa certa sexta-feira à noite de outubro do ano passado, aqui estava eu em casa. Uma semana desgastante viajando todo dia pra Alphaville e tudo que eu desejava era meu sofá e minha TV.
A TV era um detalhe... tanto que acabei dormindo mesmo achando muito interessante o documentário que passava sobre o muro de Berlim.
Após alguns minutos de cochilo, acordei com uma forte pontada na coluna. “Droga de sofá! Deve ter machucado minhas costas”.
Busquei uma posição que aliviasse a dor. Fiz massagem no local. Tentei alongar. Nada disso minimizava aquele agulhada constante na altura dos rins... Espera aí? Na altura dos rins!? Seria pedra no rim?
Apesar de ter chego a essa conclusão, antes de tomar a decisão de ir ao médico tentei outras soluções: Buscopan em gotas, chá de boldo, até dormir eu tentei... mas não deu! No meio da madrugada, totalmente curvado de dor, fui até um pronto-socorro para descobrir que estava com pedras no rim.

Passado alguns meses sem ter buscado ainda um especialista para saber a situação atual, na semana passada tive um susto novo (ardência e sangramento). Apesar de não ter a certeza ou comprovação visual, acredito que expeli uma pedra.

Lição 1:
Preciso tomar vergonha na cara e buscar um médico para saber o que aconteceu. Se foi pedra, se é uma infecção, se é algo emocional... sei lá! Preciso ver o quanto antes!

Lição 2:
Pedra no rim é como uma metáfora.
Primeiro, porque não importa o tamanho do problema (um cálculo renal tem em torno de 5mm), dependendo onde ele atuar, vai trazer muita dor!
Segundo, porque a pedra no rim simboliza que, aos poucos, pequenos descuidos (alimentação incorreta, pouco consumo de água etc.) vão se acumulando até trazerem um grande problemão. O que se faz hoje, cedo ou tarde mostrará, suas consequências.

Que referência que nada

Um dos comentários que eu mais recebo sobre blog, de pessoas que me seguem, escrevem ou simplesmente falam, é que eu sirvo de exemplo e inspiração.
Será?
Eu cometo falhas, muitas vezes piores do que qualquer um de vocês. Eu repito erros como se fosse uma pessoa sem conhecimento algum. E eu tenho momentos de fraqueza que talvez fizessem as pessoas sentirem dó ou nojo...
Por favor, siga o blog (de maneira declarada ou não), faça suas observações (de maneira direta ou não) e continue sim ao meu lado (de maneira aberta ou não). Mas não me considere um exemplo! Não idolatre alguém que não é melhor que você!
Minha humanidade é prerrogativa para saber que eu posso errar! E que, pior, eu posso decepcionar!
Cada um é o Sol de si mesmo...

Semana 08 – Contagem regressiva: 10...

Após uma longa ausência, estou de volta ao blog.
A ausência também havia sido na Meta Real. Na semana passada, havia viajado e não compareci à reunião.
Ontem, após 14 dias sem pesagem, tive um excelente resultado: 2,4kg! São 1,2kg por semana, o que me coloca na casa dos 10kg restantes (estou com 94,8kg, a 9,8kg da meta).
É como se eu estivesse iniciado uma contagem regressiva rumo ao projeto 85. Faltam 10...

Excepcionalmente hoje não postarei foto. Espero que vocês entendam que, apesar desse progresso, não estou num estado de humor muito adequado. É só por hoje... eu prometo!

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Ajuda profissional

Amigo é amigo. Ouvir um desabafo, dar conselhos e até estar ao seu lado são exercícios rotineiros de quem se diz amigo.
Porém, tem vezes que o desabafo tem que vir acompanhado de uma análise mais profunda sobre a situação. Que um conselho tem que ser mais efetivo do que simplesmente ouvir duas ou três frases motivacionais. E momentos em que um puxão de orelha faz voltar os olhos para a realidade.
Nessas horas, acho válido recorrer a uma pessoa: o psicólogo!
Não uso o blog para dar conselhos, mas vou abrir uma exceção: eu faço terapia e recomendo!
Durante um tempo achei que não devia falar sobre isso por considerar que as pessoas não iam entender. Até comentei isso no post “Superexposição”. Por sorte, vejo que não é bem assim. As pessoas estão com a cabeça mais aberta.
Além do que, aqueles que continuam achando que psicólogo é pra fracos, que só serve para tirar dinheiro, que psicólogo não resolve nem os próprios problemas, e outras babaquices dessas... esses nem me incomodam.
A terapia é, ao meu ver, uma forma de entender melhor certos comportamentos que temos, de conhecer melhor quem somos e de evoluir.
Minha tia/madrinha/quase 2ª mãe é psicóloga. Minha prima mais próxima é psicóloga. Uma menina que eu saí durante um tempo é psicóloga. Sempre estive próximo de psicólogos. A diferença agora é que eu tenho hora marcada!

Eu optei pela terapia cognitivo-comportamental, uma linha que, grosso modo, mostra que a forma de interpretar a si mesmo e aos acontecimentos determina as emoções e, consequentemente, os comportamentos.
Não busquei a terapia por causa da obesidade. Mas sim, para entender e modificar as crenças que me levaram à obesidade, à baixa autoestima, à ansiedade... e vice-versa.
Sempre que tiver um assunto relevante, dividirei aqui no blog.

Recomendo o blog da minha psicóloga, Dra. Patricia de Carla Silva: http://consultorio-psicologia-abc.blogspot.com/. Além de ajudar a conhecer um pouco sobre a terapia cognitivo-comportamental, fica aqui a dica para o caso de você decidir buscar ajuda profissional.

E também tem um blog bem bacana que eu achei na internet - http://olharbeheca.blogspot.com/ - em que o autor traz para o cotidiano o olhar da terapia comportamental.

Se você quiser saber mais sobre as linhas, eu sugiro o livro “Psicologia para Leigos”, da editora Alta Books. Ali você pode conhecer a visão e os métodos de cada linha para ajudar na sua escolha.

Superexposição

Escrever um blog é difícil? Eu considero que não. Independentemente de ser redator (se bem que me considero muito mais estrategista e “marketeiro” que “homem das palavras), a maior dificuldade que eu tive – e ainda tenho – é me expor.
Uma coisa é escrever sobre produtos e marcas. Outra é falar de mim! Só de pensar que alguns parentes, amigos e conhecidos vão ler, conhecer e julgar o que eu penso e sinto, dá uma insegurança enorme.
Para mim, e também para a psicologia, está bem claro que se trata de uma distorção cognitiva. Ou seja, é uma forma irreal de encarar pessoas e situações.
No meu caso, isso funciona muitas vezes decorrente de uma defesa da autoestima, fazendo com que eu suponha saber o que as outras estão pensando.
Quer exemplos?
“Tal pessoal vai achar que eu sou fraco por ter que procurar ajuda para emagrecer?”
“Aquele cara vai pensar que eu sou gay se falar que tenho medo disto e daquilo.”
“Ela vai me ver como um fracassado se souber que eu tenho tal problema.”
Melhor parar porque eu posso começar a me sentir mal... Mas, enfim, a dificuldade em me expor esconde uma preocupação excessiva em não ser visto como “inferior”. Em achar que estão sempre me julgando de forma crítica.
Eu prefiro acreditar que hoje em dia, essa crença vem mudando. Não totalmente, mas já consigo enxergar alguns detalhes de outra forma.
Passado mais de um mês, e mais de 50 posts falando sobre meus receios e minhas vontades, tenho que reconhecer que evoluí. Se eu consigo falar sobre mim tão abertamente, fica mais fácil lidar com os meus desafios.
Ainda não é o ideal, mas eu chego lá!

Valeu Senna!
Valeu Tiago!
Valeu... putz, não posso falar o seu nome, né? Mesmo assim, valeu!
Conversar com vocês me deu confiança.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Eu me amo

Há quanto tempo eu vinha me procurando... Nossa, já nem lembro mais quanto tempo isso faz.
Estava sempre correndo atrás de mim feito um louco, tentando sair desse meu sufoco.
Eu era tudo que eu podia querer. E era tão simples, mas eu custei pra aprender. Daqui pra frente eu terei um nova vida: eu serei bem feliz sempre a meu lado.
Eu me amo. Não posso mais viver sem mim
Como foi bom eu ter aparecido nessa minha vida já um tanto sofrida.
Sem amor próprio ou autoestima, já não sabia mais o que fazer pra eu gostar de mim e me aceitar assim.
Acho que, de um modo errado, eu queria tanto ter alguém, mas agora eu sei: sem mim eu não sou ninguém! Nada mais faz sentido se eu estiver longe de mim. Pra toda vida eu quero estar comigo porque eu me amo. Não posso mais viver sem mim.
Poxa... foi tão difícil pra eu me encontrar. E sabe, de uma coisa? É muito fácil um grande amor acabar... mas eu vou lutar por esse amor até o fim. Não vou mais deixar eu fugir de mim!
Agora, eu tenho uma razão pra viver: uma motivação interna. Agora, eu posso até gostar de você. Aliás, gostar mais! Sem projetar nada!
Completamente eu vou poder me entregar. É bem melhor agora, comigo sabendo me amar.
Eu me amo. Não posso mais viver sem mim. É... eu me amo...

Por enquanto é só uma música. Mas eu ainda chego lá!

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Nova submeta

No meio desta semana, numa dessas rápidas passagens pelo Facebook, vi um comentário da Rute que dizia assim “Você sabe o que é necessário fazer para eliminar 1kg por semana? Faça sua parte! Conte comigo. :-)”.

Na hora fiz uma conta básica:
1 mês = 4 semanas
1kg / semana X 4 semanas = 4 kg/mês
Como faltava 1 mês até o Carnaval, isso quer dizer que eu chegaria ao Carnaval com 4kg a menos...
Coloquei esta submeta para mim. Ser Rei Momo não é pra mim... Se você quiser, me acompanhe!

Obs.: na primeira semana já fiz 2,1kg. Por isso vou reajustar esta submeta: 5kg até o Carnaval... mais 1 semana!

Semana 06 – Na metade do caminho

Quando comecei o Projeto 85, e voltei à Meta Real, determinei para mim mesmo um ponto de chegada: 85kg. Naquele momento, dia 08 de Janeiro de 2011, estava com 109kg!
Com 24kg me separando do meu objetivo, comecei minha escalada.
Ontem, 6 semanas após ter começado essa caminhada, cheguei a 97kg (sendo mais preciso, 97,2kg). Uma semana bem produtiva, mandando embora 2,1kg! Metade do caminho já foi!
Particularmente, tenho merecido cada grama chutada para fora. Fiz minhas escolhas e os resultados apareceram. Mas tenho certeza que uma parte desse sucesso veio graças ao apoio de vocês.
Muito obrigado!

Aproveito e mostro a foto da semana passada, que não tive tempo de postar.







Agora a foto desta semana.
Peso oficial:
97,2kg