domingo, 27 de fevereiro de 2011

Luto

Tenho um amigo francês, de nome Hervé, que é uma figura incrível. Esotérico por essência, ele é chamado por bruxo! Psicologia, antropologia, astrologia, viagens astrais, ufologia, religiões esquecidas... tudo que não é do mundo racional, lá está o Hervé estudando e aprendendo.
Há uns anos, quando sua esposa faleceu, minha irmã foi visitá-lo, levando toda sua compaixão e empatia ao amigo que já tinha proporcionado horas e horas de conversas agradáveis. O comentário dele é algo que está sempre voltando à minha memória:

Hoje eu me permito o luto. Me permito sentir a tristeza. Me permito chorar. Mas amanhã, tenho uma filha para amar. Tenho uma neta que recém nasceu. Tenho minha vida para seguir.

Belas palavras. Fácil de repeti-las em um teclado de computador.
Na real, quando tudo acontece, toda a teoria se evapora. Todo o conhecimento é inútil. Por mais que a consciência fale alto, a emoção grita!
Nessas horas, o descontrole pode vir. Na forma de tristeza, frustração, desalento, solidão... todos caminhos para compulsão de comer. Como encarar momentos difíceis sem cair nessa? Não sei... não sou exemplo para ninguém.
Drummond, outro cara que parecia conhecer uma dimensão diferente da nossa, fechou seu poema “Viver não dói” com uma frase que repete a ideia do Hervé:

A dor é inevitável. O sofrimento é opcional.

Vamos lá! Já foram mais de 14kg! Foco! Reescrevendo a história todos os dias...

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