domingo, 20 de março de 2011

Passando mal

Todo mundo associa o ato de comer à sensação de prazer. Isso é claro e simples de entender, uma vez que o cérebro produz a sensação de satisfação, fazendo com que a gente busque comer para não morrer de fome.
A questão é: quando esse prazer se torna um problema? Quando nos preocupamos mais com o prazer de comer e deixamos de pensar na dor do abuso?
Tenho uma história que ilustra bem isso. Aconteceu quando eu, antes de entrar para a Meta Real, dei carona para uma amiga.
Na noite anterior, havia me deliciado com bifes à milanesa, devidamente empanados e engordurados. O meu corpo estaria satisfeito e bem alimentado com um bife. Mas a compulsão não respeita essas regras e fui mais longe. Não sei dizer quantos bifes comi naquela noite. Só sei que, na manhã seguinte, acordei com uma sensação estranha. Mas, como havia combinado um horário com minha amiga, não podia perder tempo. Tinha que correr para buscá-la.
No caminho, já comecei a sentir uma coisa estranha. Um enjoo misturado com um desconforto abdominal. Talvez precisasse parar para ir a um banheiro, mas achei q era algo momentâneo, então continuei.
Como se fosse mágica, no momento em que minha amiga entrou no carro, aquelas sensações tomaram forma. O enjoo começou gritar dentro de mim, transformando-se na necessidade de vomitar. E aquele desconforto abdominal me fez entender que havia algo de errado nos meus intestinos, se é que você me entende...
O que fazer? Não ia poder dizer para uma mocinha que eu precisava parar para ir ao banheiro. Não seria britânico da minha parte! O certo, de acordo com a minha crença, era ser forte e seguir viagem.
No caminho, o suor gelado corria solto enquanto eu tentava pensar numa solução ou no melhor caminho para evitar trânsito. Minha amiga, alheia a tudo aquilo, falava como se espera numa relação entre duas pessoas.
_ Eu trouxe suco, você quer?
_ Não.
_ Meu cunhado tem ingressos para a feira do automóvel, você quer?
_ Não.
_ Você gosta de...
_ Não.
Depois de algumas tentativas, quando estávamos no meio do caminho, ela não agüentou e disse:
_ Você não fala muito, né?
E eu tive que dizer a verdade:
_ Sabe o que é, eu acordei mal hoje. Estou com muito enjôo e passando mal por conta do que eu comi ontem à noite. Estou pensando se paro no meio do caminho, se volto para casa ou tento chegar na agência...
Pronto! Ficou pior se eu tivesse feito algo logo no começo do mal estar... Mas agora era tarde demais. Devia correr para chegar o quanto o antes ao nosso destino.
Os 50 minutos do percurso pareceram um fim de semana inteiro para mim e meus intestinos! Mas consegui me salvar.
De qualquer forma, fiquei pensando “por quê?”. Por que eu como mais do que eu preciso? Por que eu fico me fazendo passar mal? Por que eu corro o risco de passar um vexame público sendo que não precisaria nada daquilo?
Vou lembrar esta história para evitar repetir abusos como aquele e sofrimentos como no dia seguinte.

Feliz Saint Patrick´s Day

Quando comecei em propaganda, ouvia dizer que a propaganda não cria necessidades, mas sim, trabalha em cima de necessidades existente. Os executivos de marketing têm um mérito que não se pode negar. Saber transformar uma necessidade em um hábito é um exercício feito com maestria.
Saint Patrick´s Day é um exemplo. O dia de São Patrício é uma celebração tipicamente irlandesa – São Patrício é o padroeiro da Irlanda e a quem é atribuída a conversão dos irlandeses em cristãos - comemorada com muita cerveja.
Até aí, nada a ver com o Brasil, certo? Porém, não dá para negar que temos um potencial incrível para o consumo de cerveja. Então, ano após ano, a festa do dia 17 de março vem sendo cada vez mais divulgada.
Para quem pensa em reeducação alimentar, quem tem o objetivo de emagrecer e quem se expõe em um blog que acompanha seus passos, o St. Patrick´s devia ser só mais um dia.
Pois é... mas não foi assim. Saindo do trabalho nesta última quinta-feira, e ainda sem carro, me encaminhei até um pub em São Bernardo (o Liverpool – até o nome tem tudo a ver comigo) e fui para tomar um pint (medida que equivale a 568ml) de Guinness (a cerveja mais tradicional da Irlanda e a minha preferida). Chegando lá, uma banda tocava uma seleção de músicas que parecia uma lista criada por mim – Beatles, Smiths, Cure, Depeche, New Order, U2... Para somar, uma incrível promoção – o pint que costuma custar uns R$20,00 estava por R$10,00! E na compra de 3 pints, uma camiseta Guinness!
Já dá para perceber que eu deslizei, não é? Ao final da noite, foram 4 pints...
A punição veio: o desempenho não tão excelente é resultado dessas cervejas a mais. Então, já fu castigado e não vou ficar me torturando. Aproveitei a noite, voltei a ser britânico por uns instantes e fiz o abuso conscientemente.
Se ficou algum arrependimento? Sim... deveria ter pego uma camiseta M. A camiseta G ficou grande...

Semana 10 – Caminhando pra frente

Ao completar a 10ª semana na Meta Real, tive um desempenho abaixo da minha média. 700g não é o melhor dos mundos, mas considero importante porque foram mais uns gramas embora.
Até porque sei onde esteve a falha desta semana: Saint Patrick´s Day! No próximo post, falo mais sobre este deslize...
O objetivo está se aproximando, mas pensando em termos gerais, sei que tenho que ficar atento para não perder o foco. Mudar hábitos antigos que não servem mais: este é o foco!

Números da semana:
Peso oficial: 91,8kg
Já foram: 17,2kg em 10 semanas
Faltam: 6,8kg

Eu vejo muita diferença do começo até agora. E você?

domingo, 13 de março de 2011

Dois inimigos


14 dias desde a última pesagem... 14 dias frente a frente com dois inimigos esperando a guarda baixar para me apunhalar.

Um chegou fantasiado de bom amigo. Sorrindo e dizendo “a vida é para ser vivida”. Nas mãos trazia cerveja, pizza, chocolates e outros presentes para mostrar que sua intenção era de ser gente boa.
O nome dele? Carnaval!
Ele conseguiu o que queria? Em alguns momentos sim... um copo de uísque, um saco de pipoca, um lanchinho no meio da noite... mas no final, eu percebi que aquela amizade não ia me fazer bem. Que eu podia me sentir bem de outras formas. Pisei na bola, mas me conscientizei a tempo e voltei para o meu caminho.

O outro inimigo atende por nome de baixo astral. Ele não tentou disfarçar nada. Chegou dizendo que tudo era ruim e que o objetivo dele não era me fazer feliz. Pelo contrário: ele estava ali para lembrar de cada fracasso que eu tive.
Ele fez o seu trabalho bem feito. Cheguei a pensar que não nasci para ganhar em nada. Que por mais que eu tente, sempre vou perder. “Pra que tentar emagrecer se nada vai mudar na sua vida?”. Quase foi o fim deste blog, deste projeto e das conquistas que eu sonhava. Quase mesmo...

Não sei bem como aconteceu, mas lembrei de cada recado aqui.
Lembrei de gente que nem me conhece e me agradece por ajudar ao contar minha história.
Lembrei de cada pessoa que me vê e diz “e aí, como está indo o emagrecimento? Parabéns! Você está indo muito bem! Que dedicação!”.
Lembrei da Rute e do quanto ela confia em mim.
Lembrei do Luiz empolgado me citando como exemplo.
Lembrei daquilo que eu AINDA nem conquistei mas que virá.

No final, passei por mais essa... ganhei e vamos em frente.

Semana 09 – 16,5kg e querendo mais!

Neste sábado, 14 dias após a última pesagem, mais uma boa notícia: 2,3kg eliminados!
Minha primeira pesagem foi dia 8 de janeiro. 63 dias depois, sou uma pessoa com 16,5kg a menos. Cheguei a 92,5kg. Faltam 7,5kg para o meu objetivo!
A dúvida é qual o melhor ponto de vista? Com qual mensagem o cérebro vai se sentir mais estimulado?
Se eu falar sobre os 16,5kg que já foram vai ser legal porque ele vai entender que os resultados estão vindo.
Se eu falar que faltam 7,5kg, ele vai se animar sabendo que falta pouco!
Se eu disser que até o final de abril eu posso estar no meu objetivo, ele vai se motivar para ir cada vez mais rápido.
Sei lá... Ainda tem outras formas de me incentivar. O importante é ficar dizendo para mim mesmo: “Eu sou f...!”.

Ah! Passadas aquelas nuvens cinzas, voltei com fotos!

Peso oficial:
92,5kg

Já dá para notar a diferença?

Perdas sem danos

Na vida é preciso ter maturidade para saber que nem sempre se ganha. Saber que nada nem ninguém é eterno. Saber que tudo deve passar.
É bem difícil entender isso. E mais difícil ainda é conviver bem com isso. Não importa há quanto tempo ou quantas vezes aconteceu comigo, é algo que eu ainda não sei lidar.
Nos últimos dias passei por “perdas” e, como sempre, elas deixam uma sensação de vazio.

Meu amigo e ex-dupla, Luiz (ou Pilha), trocou de emprego. É um cara que pode parecer ter tolerância zero, mas que na verdade sabe o que quer, sabe quais pessoas ele gosta e que não se importa em fazer tipo.
Tiago, um outro camarada que esteve comigo no show do Paul McCartney e com quem eu conversava bastante sobre esses lances de comportamento, também trocou de emprego.
Roger, um amigão de bate-papo e de conversas no café, que tem muita experiência na área e sabe analisar muito bem o ambiente de uma agência criativa, saiu também.
Paul, o Pow, é o que eu menos conversei desses, mas é um “mano” nota 10, fica só por mais esta semana! Não tomamos aquela cerveja juntos (por enquanto, nem daria mesmo), mas vai fazer muita falta ali.

Em mais de 10 anos de profissão, já passei por isso incontáveis vezes. Gente que sai para um outro emprego... gente que foi mandada embora... sempre fica um vazio.
O que eu tenho que aprender com isso? Que não posso temer mudanças nem detê-las. E que apesar da sensação estranha que fica, preciso lembrar que virá algo melhor para essas pessoas. Só assim posso passar por perdas sem sofrer danos.

Pilha, Tiago, Roger, Pow... boa sorte para todos nós!

terça-feira, 8 de março de 2011

Essa tal de Meta Real

“Ela é igual aos Vigilantes do Peso?”.
Não sei dizer. Na verdade não conheço outros programas de emagrecimento. O que sei é que a Meta Real tem um processo que é muito lógico. E para mim funcionou.
Me(método)ta(tático) Re(reabilitação)Al(alimentar). Não sou fã desses jogos de letras, mas sei como essa nomenclatura é verdadeira. Caso você não conheça minha história, em uma outra oportunidade havia emagrecido 49,9kg com a Meta Real. Então sei como é verdadeira!
Mas o que é essa tal de Meta Real?
O que segue, não é uma explicação oficial vinda da empresa Meta Real, mas é uma forma para que eu explique como vejo o método e entender como funciona. Ou seja, o segredo de se emagrecer rápido e de forma correta!
Basicamente, faço as seguintes perguntas para a Meta Real: O quê? Quanto? Quando? Como? E por quê?

P: O que comer?
R: O nosso corpo precisa de 51 nutrientes para ter um funcionamento saudável. O cardápio da Meta me traz carboidratos, proteínas, fibras e gorduras em todas as refeições para suprir a necessidade desses nutrientes. Aqui tem praticamente de tudo, do básico (arroz, feijão, carne e salada) ao “profano” (pizza, cerveja, Nutella e até brigadeiro). Tudo com muita sensatez.

P: Quanto comer?
R: A quantidade de cada alimento é algo bem detalhado, que precisaria ser visto com mais cuidado. A Meta ensinou não ficar contando calorias, mas para se ter uma ideia, a soma diária das minhas refeições fica em torno de 1.500 calorias. Não é pouco, mas é bem menos do que eu costumava consumir em épocas de descontrole. De qualquer modo, não passo fome!

P: Quando comer?
R: Tem uma lenda que diz que devemos comer de 3 em 3 horas. A idéia da Meta é manter um intervalo de, no mínimo, 5 horas pra que essas pequenas refeições de 3 horas não se transformem em grandes ceias! Também procura-se evitar que esse intervalo ultrapasse a 6 horas, o suficiente para não passar o dia sentado à mesa, nem chegar à refeição querendo devorar um boi!

P: Como comer?
R.: O conselho da Meta Real é mastigar devidamente cada alimento, respeitando o tempo de 20 minutos para cada refeição (nem muito abaixo, nem muito acima). Eu acrescento a tudo isso, evitar conversas longas enquanto estou à mesa. Quem me conhece, sabe o quanto eu fujo de histórias longas, locais barulhentos e lugares cheios no almoço...

P: Por que comer?
R: É esta pergunta que acredito que esconde o segredo! Se a ansiedade, a carência, a tristeza, a raiva, o tédio etc. confundem minha cabeça, fazendo me achar que eu preciso comer, devo combater esse mal em duas frentes: controlar os motivos dessas emoções e, principalmente, os gatilhos que essas emoções disparam me levando à compulsão.

É claro que tudo isso aqui é um resumo. Nem sei se tenho direito de falar ou explicar sobre a Meta Real. De qualquer forma, quem se interessar pelo método, vale a pena acessar o site (www.metareal.com.br) ou ligar (11)5572-2611/(11)4438-6424. Veja o horário e o local que melhor convém. Numa conversa com o orientador ou orientadora já vai ser possível entender melhor como a Meta Real funciona e que vale a pena seguir o método.

Permissão para sorrir

Paul Ekman é um psicólogo que se destacou ao estudar uma tribo na Papua Nova Guiné que vivia isolada da civilização. Ele descobriu que a felicidade demonstrada na face de um indivíduo daquela tribo era a mesma demonstrada por um habitante de Nova Iorque, de Pequim, de Roma, de São Paulo... o mesmo valia para a tristeza, a raiva, o medo, o espanto e o asco... enfim, ele descobriu que a fisiologia que acompanha uma emoção é universal!
A partir daí, em um novo estudo, Ekman passou a traçar as características na face que indicavam cada uma das emoções que a pessoa estava sentindo. Ao mapear os músculos na face que estavam envolvidos em uma determinada emoção, Ekman passou a repetir as feições em frente ao espelho.

Para sua surpresa, após umas sessões fazendo caretas de tristeza, ele se sentia invadido por um pesar sem motivo aparente. Da mesma forma, após as sessões simulando alegria, a felicidade tomava conta dele.
O que dá para entender disso tudo é a possibilidade de mudar estados de humor mudando sua fisiologia.
Cabeça erguida, postura ereta, sorrisos sustentados mesmo sem haver uma razão... Fiz isso e é incrível! Passei a me sentir bem!
Se a ansiedade e a tristeza fazem parte dos gatilhos que disparam a fome por chocolates, pizzas, salgados, doces ou algo que não está de acordo com a fome física, alguns sorrisos podem ajudar.
E ajudou mesmo!

Comportamento profissional

Jerry Seinfeld, um comediante americano famoso pelos stand ups, disse:
“Francamente, não acredito que as pessoas pensem em seu escritório como um lugar de trabalho. Acho que pensam nele como uma mistura de papelaria com delicatessen. Você vai, leva os docinhos, os envelopes e o bloquinho, toma seis xícaras de café e vai para casa.”

Impossível dizer algo melhor!
Em meus tempos de descontrole, também via meu trabalho como uma forma de lanchonete. Minhas gavetas no trabalho pareciam um bunker esperando por uma guerra atômica, com biscoitos recheados e chocolates devidamente provisionados.
Quando eu decidia fazer regime, substituía tudo por torradas, biscoitos água e sal e qualquer coisa que estampasse na embalagem “diet” ou “light”. Quem adorava tudo isso eram as formigas!
O hábito de comer uma bolachinha na mesa de trabalho ia sendo consolidado de tal forma, que havia dias em que a fome (daquelas ligadas à ansiedade) só era saciada com algo mais turbinado: pão de queijo, coxinha, cookies...
E o ambiente das empresas favorece a comilança. Algumas disponibilizam máquinas e snacks. Outras são atendidas por vendedores ambulantes. Há aquelas que são rodeadas por bares e cafés que fornecem tudo para sustentar o “vício”. Todas armadilhas esperando por um descuido para levar ao caminho da engorda.
E as festas? Elas são particularmente engraçadas. Aqueles aniversários do mês, em que são celebrados todos os aniversariantes no último dia, mostram pessoas pegando bolo como se fosse uma horda de guerreiros mongóis atacando o inimigo.
Não faz o meu tipo. Mas confesso que festas de fim de ano são mais a minha cara: a bebida à vontade já me levou a subir no palco e dar um showzinho ao lado de uma banda cover dos Beatles, com direito a discurso com o meu sotaque “scouse” e dedicatória a uma garota na platéia...
Enfim, deslizes e vexames à parte, vale aqui aquele pensamento “onde se ganha pão, não se come a carne (nem biscoitos, chocolates, coxinhas...)”.